O presente trabalho busca apresentar algumas reflexões possíveis para que pensemos a indumentária de terreiro, principalmente de umbanda, suscitadas na autora no início de seu desenvolvimento de pesquisa no Mestrado em História Social. Para isso, esta pesquisa, de cunho bibliográfico, parte do pressuposto de que reflexões que transgridam a colonialidade do poder e do saber (QUIJANO, 2005) são necessárias para pensar modos de vestir de populações historicamente subalternizadas, como no caso das comunidades e religiosidades de matrizes africanas, e, assim, relacionar roupa, memória, corpo (CALANCA, 2008; BONADIO, 2015; STALLYBRASS, 2008). Utiliza-se como direcionamento, portanto, a epistemologia das macumbas pensada por Simas e Rufino (2018). O texto, por fim, apresenta o Acervo Nosso Sagrado (Museu da República/RJ), composto por objetos sagrados de terreiros apreendidos pela polícia no fim do Brasil Império e prosseguindo durante a República, como um possível caminho para pensarmos a indumentária de terreiro enquanto objetos de memórias das experiências afrodiaspóricas no Brasil.