Resumo. Este trabalho pretende analisar dados de campo e de reanálise em um período de 3 anos, para identificar como os jatos noturnos e os efeitos de grande escala impactam na produção do parque eólico. No complexo eólico de Campo Formoso I, localizado na Bahia (próximo a 10° 38′ S e 40° 42′ O), as turbinas da fileira traseira exibem um desempenho até 40% maior que as dianteiras durante o período noturno na maioria dos meses do ano do período entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, com exceção de alguns meses de clima frio e seco (julho e setembro). A presença de jatos noturnos pode causar esse aumento do desempenho durante a noite devido a uma interação com a topografia conforme descrito em outra investigação. Este trabalho considerou as variações climáticas anuais do nordeste brasileiro, e seguiu a sugestão de Medeiros et. al. (2021) que em sua pesquisa dividiu-as em duas estações principais, a estação chuvosa de janeiro a abril e a estação seca de julho a setembro, assim como o movimento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), podendo chegar a 14º N em agosto/setembro e 2º S em março/abril. A análise conjunta dos dados de campo e reanálise (ERA5), revelou que em alguns meses da estação seca (julho e setembro) os ventos de grande escala sobrepõemse aos ventos de mesoescala do parque, fazendo com que as turbinas dianteiras produzam mais energia do que as traseiras. O trabalho pretende demonstrar como esses fenômenos foram identificados, relacionar a movimentação da ZCIT e as variações climáticas das estações com as mudanças do vento, e finalmente discutir sobre o impacto de tudo isso na geração do parque.