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Abstract

Um volume com 457 páginas e 75 figuras. Presses Universitaires de France, 1947. Considerando que a semiologia neurológica clássica não se aplica exatamente à clinica neurocirúrgica, os AA. focalizam a neurologia sob o ponto de vista da cirurgia nervosa. Para a neurocirurgia não interessa a observação longa, à espera de algum sinal revelador de um diagnóstico clínico e topográfico; a precocidade do diagnóstico é essencial para o sucesso terapêutico. Por outro lado, a neurologia cirúrgica há muito se estendeu além da patologia dos tumores, abordando o problema dos traumatismos craniovertebrais, das epilepsias, das hidrocefalias e de certas síndromes dolorosas.Os AA. dividem o livro em duas secções: patologia neurocirúrgica do cérebro e patologia neurocirúrgica da medula e raízes espinais. A primeira secção compreende: anatomia e fisiologia do cérebro; caracteres anatômicos das neoformações cerebrais e reações anátomo-fisiológicas do cérebro; sintomatologia das afecções neurocirúrgicas; repercussão sintomatológica geral e local e principais caracteres evolutivos das neoformações intracranianas; métodos complementares de diagnóstico; formas anátomo-clínicas das afecções neurocirúrgicas (tumores cerebrais, síndromes pseudotumorais e afecções neurológicas comportando terapêutica cirúrgica, traumatismos craniocerebrais).A segunda parte compreende: anátomo-fisiologia e semiologia medular e métodos complementares de exame, sempre sob o ponto de vista estritamente cirúrgico; nosologia das afecções neurocirúrgicas dêsse setor do sistema nervoso (compressão medular, compressões radiculares puras e síndromes dolorosas que justificam intervenção sôbre raízes e medula).Deve ser louvado o esfôrço dos autores, apresentando um assunto, pela primeira vez, sob ponto de vista novo. Vários capítulos merecem ser lidos cuidadosamente, pois apresentam idéias originais, frutos de observação pessoal ou da dos neurocirurgiões da escola francêsa. Destacamos o estudo das reações anátomo-fisiológicas do cérebro, quer à ação focal, quer à ação geral de uma neoformação intracraniana. Pelo conceito das herniações cerebrais (das amígdalas cerebelares no orifício occipital e. principalmente, dos lobos temporais no orifício tentorial)' compreende-se perfeitamente a proscrição absoluta da raquicentese em qualquer síndrome de hipertensão intracraniana, princípio hoje obedecido, sem exceções, pelas escolas neurológica e neurocirúrgica francêsas. Referência elogiosa merecem os capítulos referentes aos traumatismos cranianos e raquidianos, para os quais os AA. trazem farta experiência adquirida durante a guerra. Todavia, alguns defeitos devem ser apontados. Propositalmente, os AA. dispensaram tôda bibliografia, o que pode ser compreendido em um livro puramente didático. No capítulo referente â anátomo-fisiologia, encontram-se conceitos clássicos, alguns muito controvertidos e