RESUMOObjetivou-se apreender as representações sociais de educadoras infantis sobre o processo de cuidar-educar, buscando identificar as relações que elas estabelecem com a saúde. Seguindo a abordagem qualitativa de pesquisa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas em uma instituição de Educação Infantil. Os depoimentos foram sistematizados segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo. As educadoras representaram o cuidar e o educar como próprios e indissociáveis, identificando oportunidades para prevenção de doenças, detecção precoce de alterações e desenvolvimento de alguns aspectos da promoção da saúde. A participação de profissionais da saúde e de familiares nas ações desenvolvidas nesta instituição revelou-se restrita, sendo o cuidado/educação profissional representado como superior ao familiar. Espera-se, com o presente estudo, subsidiar movimento crítico-pedagógico para fortalecer as potencialidades e viabilizar a superação dos limites constatados, com a inclusão de ações de promoção da saúde permanentes, interdisciplinares e intersetoriais, além da efetiva participação familiar neste processo. (1) . Esta lei estabelece que as instituições de Educação Infantil -creches e pré-escolasdevem assumir o papel de educar a criança e dela cuidar de forma que valorize e promova o desenvolvimento de suas capacidades, considerando-a como um todo (1) . As orientações legais e políticas vigentes sobre Educação Infantil indicam a saúde como tema transversal, a ser abordado por meio de ação integrada e intencional entre os setores e profissionais da educação e da saúde (1)(2)(3)(4) . Atendendo a este pressuposto, a Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil, proposta pelo Ministério da Saúde em 2004, aponta o planejamento e o desenvolvimento de ações intersetoriais como essenciais, propondo a articulação dos serviços de saúde com creches e pré-escolas, na busca da promoção da saúde integral infantil (5) . Classicamente, define-se promoção da saúde como o processo destinado a capacitar os indivíduos para exercerem um maior controle sobre sua saúde e sobre os fatores que podem afetá-la, reduzindo aqueles que podem resultar em risco e favorecendo os que são protetores e saudáveis. Admite-se que a saúde se desenvolve e é gerada no marco da vida cotidiana: nos centros de trabalho, de recreação e de ensino (6) . Pelo ambiente coletivo e de contato interpessoal íntimo, as crianças que freqüentam instituições de Educação Infantil são vulneráveis a doenças transmissíveis e a injúrias físicas, especialmente se princípios básicos de higiene, segurança e adequação do espaço físico não forem seguidos (7) . Neste contexto, cabe à instituição e aos educadores o cuidado com a saúde infantil. Ressalta-se, porém, que, para além da abordagem tradicional do processo saúde-doença centrada em práticas curativas e