No começo ele não tem língua nenhuma, ele não fala, ele não tem LIBRAS, né?

Sinais caseiros: análise de pesquisas indexadas no catálogo de teses e dissertações da Capes (Homemade signs: analysis of research indexed in Capes' theses and dissertations catalog)

“…Para análise da presente investigação a respeito do 'estado do conhecimento' sobre sinais caseiros nos interessa as dissertações e teses, por isso, nos debruçamos apenas nesses textos. Assim, das 6 dissertações encontrados por Santos (2017), 5 entrelaçam em seus objetos de estudo a temática 'sinais caseiros' ou 'sinais indígenas', a saber: Vilhalva (2009), Adriano (2010), Kumada (2012), Sumaio (2014) e Azevedo (2015); e, apenas uma pesquisa, a de Correa (2007), não faz referência ao tema, uma vez que, investiga a relação intrínseca entre a fala (especificamente a modalidade gestovisual) e o gesto 6 na comunicação humana.…”

“…Já a pesquisadora Kumada (2012) investigou as representações sobre as línguas de sinais caseiras de familiares de crianças surdas e profissionais surdos e ouvintes participantes de um programa de apoio escolar bilíngue, apresentando-nos várias acepções sobre esses sinais. Por fim, as pesquisas de Adriano (2010) e Sumaio (2018) concentraram-se na verificação da existência da estrutura linguística nos sinais caseiros e indígenas, ou seja, se esses sinais podem ser considerados uma língua, e sendo essa hipótese seja confirmada, se se trata de uma língua autônoma ou uma variedade da Libras.…”

“…Afirma a autora que, com "incentivos, conscientização e aprofundamento científico, pode vir a ser considerada uma língua, a língua dos surdos Paiter Suruí" (GREGIANINI, 2017, p. 166). Kumada (2012), que pesquisou as representações sobre os sinais caseiros diz não concordar com "os termos 'gestos', 'pidgin' ou mesmo 'variações', se forem usados para desvalorizar o potencial linguístico que os 'sinais caseiros' constituem para a criança surda e seus familiares e/ou profissionais ouvintes" (KUMADA, 2012, p. 23). Com base na lógica multilíngue, a autora defende o uso do termo 'línguas de sinais caseiras'.…”

“…Numa abordagem contemporânea, Kumada (2012) e Damasceno (2017) apresentam a concepção de "língua como caleidoscópio" com base em César e Cavalcanti (2007). Seus estudos permearam a visão sócio-histórica e cultural da língua e, portanto, "propõem uma discussão sobre a diversidade dos usos linguísticos que não se restrinja a dicotomias como língua e dialeto, mas considere o multilinguismo que envolve as práticas discursivas e sociais" (DAMASCENO, 2017, p. 56-57).…”