Insetos e outros artrópodes, quando associados a corpos em decomposição, podem auxiliar no andamento ou na conclusão de um processo investigativo.As principais aplicações dentro das ciências forenses dizem respeito à estimativa do intervalo pós-morte (IPM), inferir se houve movimentação do corpo, e investigar possível causa da morte, neste último caso, em particular, ligado a situações onde a vítima fez uso de substâncias tóxicas. Fatores como temperatura, umidade relativa, variação no fotoperíodo, tipo de substrato alimentar, entre outros, podem alterar a taxa de desenvolvimento dos insetos, consequentemente, ocasionando erros no cálculo do IPM. Neste estudo objetivou-se avaliar as taxas de desenvolvimento dos imaturos de Chrysomya albiceps e C. megacephala (Diptera: Calliphoridae) sob o efeito de duas variáveis, simultaneamente: diferentes recursos alimentares (tecidos provenientes de coração, fígado, língua, intestino, músculo e pulmão de suínos domésticos -Sus scrofa L.) e diferentes temperaturas (15, 17,5, 20, 22,5, 25, 27,5, 30, 32,5 e 35 °C), para determinar a constante térmica e o limiar mínimo de desenvolvimento de cada espécie. Os Resultados obtidos mostram que, o substrato alimentar e a temperatura influenciam no tempo de desenvolvimento, na massa e no comprimento dos imaturos das duas espécies. Os valores de limiar térmico inferior, constante térmica (k) e equações da velocidade de desenvolvimento para cada estádio larval são apresentados, e espera-se que possam ser usados como base para estimar o IPM com maior acurácia.