Neste artigo analisa-se aspectos da histórica da construção de Goiânia (Goiás) e da migração advinda com a transferência da capital. Como foco dessa análise, problematiza-se a inserção do Mercado Central de Goiânia, na década de 1940, na rua 4 do Setor Central, transferido no final dos anos de 1980 para uma nova edificação localizada na rua 3, no mesmo setor, onde se encontra até os dias atuais, bem como sua atribuição como patrimônio cultural goianiense. Como metodologia, desenvolveu-se uma pesquisa de natureza aplicada, com abordagem qualitativa, pesquisa bibliográfica e documental, além de visitas in lócus. Observa-se, na trajetória histórico-cultural de Goiânia, a continuidade do comércio de produtos e de práticas que se mantém como formas de sobrevivência familiar e cultural. É comum a frequência de antigos moradores e a visitação de pessoas que estejam a passeio pela cidade procurarem no mercado público vivenciar os costumes e tradições enraizados nos gostos e conhecimentos singulares de cada região. Nesse sentido, o Mercado Central de Goiânia se revela como antiga tradição que resiste na capital construída sob os discursos que exaltavam o moderno, constituindo-se como lugar de memória e de identidade goianiense.