“…E quando se aponta um cerne comum entre a construção e associação da imagem de um jogador de futebol e a imagem do cantor Simonal, pretende-se localizá-lo (Simonal) dentro da identidade nacional tropical (já ocupada pelo futebol), na qual se permite, com autenticidade, discursar e cantar com a propriedade da verdade um ideário brasileiro, no caso o ufanista: a compatibilidade entre a voz de Simonal, mitificada e concebida como identidade nacional por vias de um aparente dom inato, presente na gravação de País Tropical, confere legitimidade ao discurso da canção. Adiciona-se a essa observação um contexto histórico de conturbação política e de mudança da percepção da questão social, no qual a identidade nacional é repensada e recriada pela emergência de novos heróis e mitos -ou seja, novos símbolos nacionais, divulgadores e representantes legítimos de uma identidade reconstruída (KERBER, 2008). O que confere, portanto, um espaço social e histórico à imagem de Simonal e às músicas que canta.…”