Mulheres no pós-alta de hanseníase: aspectos clínicos, sociodemográficos e reprodutivos

Abstract

Objetivo: Analisar as variáveis referentes aos aspectos sociodemográficos, clínicos e reprodutivos das mulheres pós-alta de hanseníase. Método: Trata-se de um estudo analítico transversal com abordagem quantitativa, na qual construiu-se um instrumento que continham dados referentes aos aspectos sociodemográficos e história reprodutiva de mulheres pós-alta de hanseníase durante as consultas de enfermagem em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Rio Largo, Alagoas, no período de abril a julho de 2019. Resultados: As características demográficas e reprodutivas da população estudada foram: mulheres predominantemente pardas de baixa escolaridade (fundamental incompleto) e analfabetas, com idade acima dos 55 anos, que desempenham funções do lar e com renda de 1 salário mínimo e meio, em relação aos aspectos clínicos 38,1% foram diagnosticadas com forma clínica indeterminada e 66,7% paucibacilares. Conclusão: Observou-se a necessidade de um acompanhamento especial para as mulheres no pós-alta da hanseníase, uma vez que a grande maioria destas mulheres se encontram em idade reprodutiva. É essencial promover um cuidado em busca de prepará-las para uma prática anticonceptiva segura e a prevenção de uma gestação de alto risco.

Perfil sociodemográfico e avaliação neurofuncional de mulheres no pós-alta de hanseníase

“…Evidencia-se a dificuldade dos serviços de acompanhar os pacientes no pós-alta de hanseníase, pois uma adequada assistência previne as incapacidades físicas e melhora a qualidade de vida (Monteiro et al, 2013). Além disso, torna-se preciso formar grupos de autocuidado e cuidados holísticos no pós-alta das pessoas atingidas pela hanseníase, ao agregar novo enfoque para os profissionais de saúde e os serviços de saúde em relação a essa patologia (Lima et al, 2021).…”

“…Para Gonçalves et al (2018), a mulher afetada pela hanseníase apresenta dupla vulnerabilidade, relacionadas as desigualdades de gênero e aos padrões de beleza impostos pela sociedade, isso interfere no cotidiano social das mulheres acometidas pela doença. Além disso, as características do gênero feminino, como serem cuidadoras da família, desempenhando papéis de "dona de casa" e "mãe", essas mulheres negligenciam a própria saúde e priorizam as tarefas domésticas (Lima et al, 2021). A doença é carregada de estigma, e quando mulheres são afetadas pela hanseníase, suas atividades laborais e domésticas podem ser impactadas, uma vez que a doença pode causar dores físicas e incapacidades.…”