“…Os mais pontuais ou de curto prazo diretamente relacionados com a mobilização para influência nos resultados eleitorais são a interação com partidos na organização de protestos (Heaney, Rojas, 2007); a introdução por movimentos de novas formas contenciosas; a formação de coalizões eleitorais em apoio a candidatos ou partidos Tarrow, 2011;Tarrow, 2021) e a mobilização para o aumento no registro de votantes e no número de candidatos com vistas a ampliar o voto e a eleição de negros (Andrews, 1997). As relações podem ainda ocorrer no médio e longo prazo, na arena legislativa e governativa, além da eleitoral (Oliveira, 2016); por meio de interações e estratégias coordenadas, como alianças e fusões, ou estratégias invasivas ou hostis, nas quais há disputas entre movimentos e lideranças partidárias (Schwartz, 2010); via dupla lealdade e filiação em partidos e movimentos para acesso a decisores políticos (Heaney, Rojas, 2007); pela criação de partidos-movimentos que aplicam a prática organizacional e estratégica dos movimentos na arena partidária (Anria, 2019;Della Porta et al, 2017;Kitschelt, 2006;Oliveira, 2021); por meio da inserção dos movimentos no campo partidário: tornando-se constituintes (Heaney, Rojas, 2015), criando espaços institucionais para defesa de suas pautas, como secretarias ou setoriais (Pereira, 2021, Rios, 2014, influenciando o regime político em direção à polarização (Tarrow, 2021) ou à democratização da estrutura partidária, fazendo com que seja mais acessível a outros grupos (Cowell--Meyers, 2014). Em algumas destas tipologias, movimentos e partidos continuam como entidades separadas, na qual os primeiros são vistos como aliados ou inimigos e atuam por meio da política contenciosa, como protestos, campanhas e marchas (Tarrow, 2021), em outras, as fronteiras são mais fluidas, e os movimentos sociais são compreendidos como atores que transitam em diferentes campos, possuem múltiplas filiações e integram estruturas partidárias (Heaney, Rojas, 2007Mische, 2009).…”