Abstract:Resumo A fim de descrever como a morte e o morrer são abordados na graduação médica no Brasil e suas repercussões para estudantes, realizou-se revisão integrativa de publicações ocorridas entre 2008 e 2019, resultando na seleção de 36 artigos. Identificaram-se dificuldades na abordagem do tema relacionadas ao modelo biomédico de formação, à organização dos currículos e à formação dos professores. Estas afetam os estudantes, trazendo sofrimento psíquico e prejudicando o processo de formação. Poucos currículos a… Show more
“…ampliação da construção de espaços de debate 26 ; o aumento da carga horária obrigatória; a utilização de metodologias de caráter ativo 27 e que retirassem a impessoalidade do tema 26,28 ; a promoção de rodas de conversa entre estudantes, professores e profissionais de saúde 3,26 ; e a responsabilidade das universidades na adequação curricular e na oferta de suporte psicopedagógico aos estudantes 26 .…”
Section: Por Que Sei Lá Daqui 20 Anos De Trabalho Como Que a Gente Va...unclassified
“…Considerar as perspectivas histórica, cultural e psíquica diante da morte amplia a reflexão acerca das dificuldades e dos desafios relacionados à incorporação de discussões voltadas a esse tema quando se pensa na organização de estruturas curriculares dos cursos de Medicina. No cenário da educação médica brasileira, a abordagem insuficiente de temas relacionados à morte e ao morrer ao longo da formação ainda figura como uma realidade geral 3,20 , o que faz com que os estudantes recorram a projetos de extensão, ligas acadêmicas e disciplinas optativas para que possam obter o conhecimento que julgam importante e necessário sobre o tema 3,20 . Essa percepção de deficiências da formação médica ligadas aos aspectos que envolvem a morte e o morrer suscita angústia nos estudantes que se sentem despreparados para lidar com tais situações no cotidiano da prática médica, a exemplo da comunicação de más notícias [21][22][23] .…”
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“…Apesar de as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação de Medicina apresentarem como competência exigida aos graduandos a compreensão da morte, a abordagem desta ainda é tratada com enfoque nos aspectos biológicos e fisiopatológicos, sem levar em consideração componentes psicossociais envolvidos 3,24,25 . Diante desse cenário, vários aspectos foram identificados para melhorar a abordagem desses temas nos currículos dos cursos de graduação, como a de abordar o medo e a angústia e lidar com eles diante do adoecimento, do sofrimento e da morte 12 .…”
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“…Na sociedade ocidental contemporânea, as questões relacionadas à morte são relegadas a um segundo plano, na tentativa de evitar o temor e a angústia diante da finitude. Isso pode ser observado também na história da medicina, em que a morte vai assumindo a conotação de fracasso profissional, e, cada vez mais, os processos a ela vinculados vão sendo direcionados para os hospitais e centros de terapia intensiva a fim de afastá-los da realidade humana [1][2][3][4][5] .…”
Resumo Introdução: Na sociedade ocidental contemporânea, as tentativas de evitar a morte e o sofrimento impulsionam a formação de médicos voltados para lidar majoritariamente com aspectos biológicos do adoecimento e da morte, em detrimento dos aspectos psicossociais relacionados a essas questões. Objetivo: Buscou-se identificar a percepção de estudantes de Medicina sobre a abordagem da morte e do morrer na graduação à luz de estudos atuais sobre a formação médica no país e algumas contribuições da teoria freudiana sobre a morte. Método: Trata-se de pesquisa qualitativa de caráter exploratório, desenvolvida a partir de seis grupos focais compostos por 55 estudantes de todos os períodos do curso de Medicina de uma universidade federal do interior de Minas Gerais. O material produzido foi analisado a partir do referencial de análise de conteúdo temática ou categorial, e emergiram categorias: 1. a morte na formação médica; 2. o médico diante da morte. Resultado: Discutir a morte e o morrer no processo formativo é falar da angústia diante da finitude. Os estudantes identificaram a abordagem da morte e do morrer na graduação, mas de forma limitada e insuficiente. Apontaram a necessidade de ampliar o contato com os temas no currículo, melhorar as metodologias utilizadas e inserir de forma obrigatória os conteúdos de cuidados paliativos. O papel do médico comporta tanto o cuidado com foco na cura quanto a assistência nas situações em que a cura não for possível. A preparação para lidar com a morte ao longo da graduação envolve concepções e experiências pessoais, experiências na graduação, acesso aos conteúdos teóricos, especificidades e aspectos subjetivos relacionados a cada situação. Os recursos mencionados para lidar com a morte, além dos estudos, foram a religiosidade e psicoterapias. Conclusão: Abordar a morte nos currículos de graduação em Medicina envolve grande complexidade e desafios. Do ponto de vista da realidade psíquica, os seres humanos tentam negar a morte e evitar os sofrimentos. Dessa forma, os desafios da formação e da prática médica consistem em assumir a articulação indissociável entre aspectos biológicos, culturais e psicossociais. Cuidar da vida é também cuidar da morte, e evitá-la pode desencadear maior sofrimento aos pacientes, familiares, estudantes e médicos.
“…ampliação da construção de espaços de debate 26 ; o aumento da carga horária obrigatória; a utilização de metodologias de caráter ativo 27 e que retirassem a impessoalidade do tema 26,28 ; a promoção de rodas de conversa entre estudantes, professores e profissionais de saúde 3,26 ; e a responsabilidade das universidades na adequação curricular e na oferta de suporte psicopedagógico aos estudantes 26 .…”
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“…Considerar as perspectivas histórica, cultural e psíquica diante da morte amplia a reflexão acerca das dificuldades e dos desafios relacionados à incorporação de discussões voltadas a esse tema quando se pensa na organização de estruturas curriculares dos cursos de Medicina. No cenário da educação médica brasileira, a abordagem insuficiente de temas relacionados à morte e ao morrer ao longo da formação ainda figura como uma realidade geral 3,20 , o que faz com que os estudantes recorram a projetos de extensão, ligas acadêmicas e disciplinas optativas para que possam obter o conhecimento que julgam importante e necessário sobre o tema 3,20 . Essa percepção de deficiências da formação médica ligadas aos aspectos que envolvem a morte e o morrer suscita angústia nos estudantes que se sentem despreparados para lidar com tais situações no cotidiano da prática médica, a exemplo da comunicação de más notícias [21][22][23] .…”
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“…Apesar de as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação de Medicina apresentarem como competência exigida aos graduandos a compreensão da morte, a abordagem desta ainda é tratada com enfoque nos aspectos biológicos e fisiopatológicos, sem levar em consideração componentes psicossociais envolvidos 3,24,25 . Diante desse cenário, vários aspectos foram identificados para melhorar a abordagem desses temas nos currículos dos cursos de graduação, como a de abordar o medo e a angústia e lidar com eles diante do adoecimento, do sofrimento e da morte 12 .…”
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“…Na sociedade ocidental contemporânea, as questões relacionadas à morte são relegadas a um segundo plano, na tentativa de evitar o temor e a angústia diante da finitude. Isso pode ser observado também na história da medicina, em que a morte vai assumindo a conotação de fracasso profissional, e, cada vez mais, os processos a ela vinculados vão sendo direcionados para os hospitais e centros de terapia intensiva a fim de afastá-los da realidade humana [1][2][3][4][5] .…”
Resumo Introdução: Na sociedade ocidental contemporânea, as tentativas de evitar a morte e o sofrimento impulsionam a formação de médicos voltados para lidar majoritariamente com aspectos biológicos do adoecimento e da morte, em detrimento dos aspectos psicossociais relacionados a essas questões. Objetivo: Buscou-se identificar a percepção de estudantes de Medicina sobre a abordagem da morte e do morrer na graduação à luz de estudos atuais sobre a formação médica no país e algumas contribuições da teoria freudiana sobre a morte. Método: Trata-se de pesquisa qualitativa de caráter exploratório, desenvolvida a partir de seis grupos focais compostos por 55 estudantes de todos os períodos do curso de Medicina de uma universidade federal do interior de Minas Gerais. O material produzido foi analisado a partir do referencial de análise de conteúdo temática ou categorial, e emergiram categorias: 1. a morte na formação médica; 2. o médico diante da morte. Resultado: Discutir a morte e o morrer no processo formativo é falar da angústia diante da finitude. Os estudantes identificaram a abordagem da morte e do morrer na graduação, mas de forma limitada e insuficiente. Apontaram a necessidade de ampliar o contato com os temas no currículo, melhorar as metodologias utilizadas e inserir de forma obrigatória os conteúdos de cuidados paliativos. O papel do médico comporta tanto o cuidado com foco na cura quanto a assistência nas situações em que a cura não for possível. A preparação para lidar com a morte ao longo da graduação envolve concepções e experiências pessoais, experiências na graduação, acesso aos conteúdos teóricos, especificidades e aspectos subjetivos relacionados a cada situação. Os recursos mencionados para lidar com a morte, além dos estudos, foram a religiosidade e psicoterapias. Conclusão: Abordar a morte nos currículos de graduação em Medicina envolve grande complexidade e desafios. Do ponto de vista da realidade psíquica, os seres humanos tentam negar a morte e evitar os sofrimentos. Dessa forma, os desafios da formação e da prática médica consistem em assumir a articulação indissociável entre aspectos biológicos, culturais e psicossociais. Cuidar da vida é também cuidar da morte, e evitá-la pode desencadear maior sofrimento aos pacientes, familiares, estudantes e médicos.
“…Considering the historical, cultural and psychological perspectives in the face of death broadens the reflection on the difficulties and challenges related to the incorporation of discussions focused on this topic, when thinking about the organization of curricular structures of medical courses. In the scenario of Brazilian medical education, the insufficient approach to topics related to death and dying throughout training still appears as an overall reality 20,3 , which causes students to resort to extension projects, academic leagues and optional subjects to obtain the knowledge they consider important and necessary on the topic 20,3 . This perception of deficiencies in medical training associated to aspects involving death and dying causes anguish in students who feel unprepared to deal with such situations in their daily medical practice, as with the communication of bad news [21][22][23] .…”
Section: "It Would Be Very Difficult As a Professional To Feel Respon...mentioning
Introduction: In western contemporary society, attempts to prevent death and suffering promote a medical training focused on dealing mostly with the biological aspects of illness and death, to the detriment of the psychosocial aspects related to those issues. Objective: The authors intended to identify medical students’ perceptions about the approach to death and dying in the light of Freudian theory about death. Method: This was a qualitative study with an exploratory approach, developed based on six focal groups consisting of 55 students from all the undergraduate medical school semesters from a federal university in the interior of the state Minas Gerais. The data produced was analyzed according to the thematic or category-based content analysis, from which the following categories emerged: 1- The death topic in undergraduate medical school; 2- The medical professional facing death. Results: To discuss death and dying in the formative process is to talk about the anguish in the face of human finitude. The students identified the approach to death and dying in undergraduate school, but in a limited and insufficient way. They indicated the need to increase contact with the topic in the curriculum, and to include, in a mandatory way, the contents on Palliative Care. The medical role encompasses both the care focused on healing and the assistance in moments when healing is not possible. The preparation to deal with death throughout undergraduate training involves personal conceptions and experiences, undergraduate practice, access to theoretical contents, specificities and subjective aspects related to each situation. The mentioned resources to deal with death, in addition to the studies, were religiosity and psychotherapy. Conclusion: To approach death in undergraduate medical curricula involves great complexity and challenges. From the viewpoint of psychological reality, human beings try to deny death and avoid suffering. Thus, the challenges in medical formation and practices consist in assuming the indissociable articulation between the biological, cultural and psychosocial aspects. To take care of life is also to take care of death and avoiding it may cause greater suffering to the patients, family members, students and medical professionals.
Introdução: os profissionais da saúde são providos de técnicas e de conhecimento científico durante sua formação e percebidos como pessoas preparadas para atuar em qualquer situação relacionada à saúde. Em sua maioria fadados ao sentimento de culpa e impotência pelo fracasso, ao enfrentarem o processo de morte-morrer de seus pacientes. As evidências apontam para a necessidade de preparar os futuros profissionais durante a graduação pois estes serão expostos ao sofrimento dos pacientes que se encontram neste processo como uma intervenção capaz de mitigar estes sentimentos. Objetivo: identificar e tipificar a presença da temática morte e morrer/tanatologia nos cursos de enfermagem brasileiros reconhecidos pelo mec. Método: estudo transversal de natureza quantitativa que investigou a presença do ensino sobre a morte e o morrer nas instituições públicas e privadas brasileiras que oferecem cursos de graduação em enfermagem com notas 5, 4 e 3, no enade. Resultados: participaram do estudo 7272 instituições de ensino, destas, 37 concordaram em participar, 5 foram excluídas por enviarem o instrumento em duplicidade, 7 excluídas por responderem somente a primeira pergunta de forma afirmativa, 1 deixou o formulário em branco, 1 instituição não concordou com os termos de consentimento do estudo, restaram 23 registros válidos. Das 23 instituições participantes, apenas 4 (1.87%) são privadas, as outras 19 (87,3%) são públicas. Conclusão: As Instituições de Ensino Superior (IES) apresentam uma deficiência no ensino desta temática, pois capacitar os alunos não trata apenas de passar conhecimento teórico-prático, mas fornecer-lhes ferramentas para lidar com os entraves psicológicos que terão de vivenciar na sua vida profissional, com relação a morte dos pacientes.
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