A dissertação realiza uma comparação entre etnografias que analisam o tema dos casamentos entre índios e brancos nas terras baixas sul-americanas, voltando-se ainda a outros trabalhos em etnologia que debatem o parentesco e as relações com não indígenas na região. A leitura comparada do material levantado demonstra que a interpretação etnológica desses casamentos leva em conta dois movimentos inversos: o "virar branco" e a "domesticação dos brancos", aos quais frequentemente se acrescentam o "virar índio" e a "domesticação dos índios". Esses movimentos são debatidos, por toda a dissertação, à luz das contribuições da etnologia americanista contemporânea.
abstractThe dissertation compares ethnographies that analyse the theme of marriages between indians and whites in south american lowlands, also turning itself to other works that debate kinship and relations with nonindigenous in the region. The compared analysis of the material demonstrates that the ethnological interpretation of these marriages take into account two inverse movements: "becoming white" and "domestication of whites", to which are frequently added the movements "becoming indian" and "domestication of indians". These four movements are debated in the light of current contributions of contemporaneous americanist ethnology. agradecimentos Fazer pesquisa é sempre tarefa um tanto solitária. Diversas foram as pessoas que tornaram este trabalho menos penoso. Agradeço a minha orientadora, Marina Vanzolini, por quem nutro a maior admiração intelectual. Lá se vão quatro anos desde que Marina passou a me orientar, ainda na Iniciação Científica, e em todo esse tempo ela nunca mediu esforços para debater ideias que enfim começam a tomar forma mais concreta. Marina foi também muito importante por ter me acalmado nos momentos de percalços, me garantindo que de uma forma ou outra tudo daria certo. Como ela mesma certa vez me confidenciou, orientador tem algo de analista. Esse trabalho deve muito a ela. Agradeço aos professores do PPGAS, em especial a Marta Amoroso, Renato Sztutman e Dominique Gallois. Marta, por ter sido sempre solícita e ter dado aulas muito instigantes. Renato, por ter me acolhido em seu grupo de estudos e por introduzir tantas ideias novas e estimulantes. Dominique, pela forma apaixonante com a qual ensina etnologia, que desde a graduação me influenciou decisavamente na escolha por essa área. Não poderia deixar de agradecer também aos funcionários do PPGAS e do CEstA, por terem ajudado sempre que necessário. Sem os colegas do PPGAS, nada disso teria sido possível. São muitos aqueles com quem discuti ideias e debati dificuldades. Da turma de ingressantes, agradeço especialmente aos colegas de etnologia Eduardo Monteiro, Morgane Avery e Flávio Bassi. Por terem me ensinado tanto sobre representação discente e sobre os meandros burocráticos de nossa Universidade, agradeço a Murillo e Michel Soares. Agradeço ainda ao pessoal da Comissão 25 da Cadernos de Campo. Desde a graduação, as amizades de Roberta Hesse, Marília Pinheiro, Rafael Pacheco e Lari...