Militares e Bolsonarismo: um caso da transição falhada e democracia inacabada

Abstract

Este texto procura analisar o conceito de transição falhada e democracia inacabada no passado recente do Brasil. As formas de como a percebemos a “abertura política”, ou “transição democrática” brasileira e como essas análises construíram um “senso comum” de que o processo foi um “pacto” entre o então regime militar e os representantes da oposição construindo a tese da “conciliação” que não abarca os outros e complexos elementos envolvidos no processo de transição, são nosso foco. Defenderemos a ideia de que o risco a democracia no Brasil vem da simbiose entre os setores mais duros das Forças Armadas, com adesão de parcela significativa da sociedade construindo uma linguagem e ação política brutal, fruto da nossa democracia inacabada

Saúde mental no Brasil em tempos de pandemia e neoliberalismo: retrocessos e resistências

“…O governo Bolsonaro evidenciou que a democracia é uma experiência inacabada no país. Com o retorno do protagonismo de chefes militares, o estabelecimento de um sistema de informações próprio, sem o controle das instâncias republicanas, entre outros regulamentos e regras de subversão da democracia, o projeto bolsonarista flutua em uma tensão constante entre o passado da ditadura militar e o futuro perpetrado pelo agir político fascista (Schurster, Gherman, 2020;Schurster, Silva, 2021). O governo, autoritário na política e neoliberal na economia, municiava a engrenagem para a situação de desalento e descaso vivido em vários setores sociais, incluindo a saúde mental no Brasil, decorrente da "nova" política de saúde mental.…”

Mental health in Brazil in times of neoliberalism and pandemic: retrogression and resistance

“…Indeed, the Bolsonaro government showed the country that its progress towards democracy was anything but complete. With top-ranking military personnel holding positions of leadership in the government, the establishment of a new bespoke information system that defied the control of republican entities, not to mention a whole raft of regulations and rules undermining democracy, the Bolsonaro project walked a fine line of constant tension between the military dictatorship past and a future perpetrated by fascist political action (Schurster, Gherman, 2020;Schurster, Silva, 2021). The government, politically authoritarian and economically neoliberal, fueled the neglect and deterioration already prevailing in several sectors of society, including mental health, as part of the "new" mental health policy.…”