Migração e mobilidade pendular em municípios do aglomerado de confecções das mesorregiões Agreste de Pernambuco e Borborema da Paraíba

Abstract

O objetivo deste artigo é avaliar indicadores de migração e mobilidade pendular da população residente em municípios selecionados de Pernambuco e da Paraíba, onde está localizado um aglomerado de confecções, paralelamente à evolução de indicadores da população ocupada em atividades econômicas que caracterizam o recorte territorial. A análise baseia-se nos microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010. Os municípios foram classificados em três grupos, em função da trajetória histórica para o desenvolvimento do aglomerado e da participação da população em atividades de produção e comercialização de vestuário e acessórios. Verificou-se que, no período considerado, a população do aglomerado aumentou sua participação nos respectivos estados em função da atratividade migratória, fato confirmado pelos resultados do saldo migratório, mas com diferenças importantes entre os grupos. Também foi observado crescimento da participação da população ocupada nas atividades referidas. Foram encontradas evidências do transbordamento das atividades vinculadas às confecções dos municípios centrais para os municípios periféricos do aglomerado. Por fim, evidenciou-se a ampliação de movimentos pendulares para trabalho, juntamente com a maior integração dos municípios do aglomerado em função desses movimentos e dos fluxos migratórios.

Docentes do ensino médio no Nordeste: migração e mobilidade pendular entre 2013 e 2017

“…O deslocamento espacial da população relacionado a trabalho, seja migração 1 ou mobilidade pendular, é um tema de amplo interesse e conta com expressivo número de estudos publicados no país (Fusco et al, 2021;Delgado, 2016;Lima, Freire & Ojima, 2018;Marandola Jr & Ojima, 2014;Ojima & Marandola Jr, 2012;Aranha, 2005;Branco, Firkowski & Moura, 2005). Tais estudos tratam a pendularidade ou a migração de forma associada à dinâmica econômica, à desigualdade regional e às oportunidades de trabalho nos grandes centros urbanos, inclusive nas metrópoles nordestinas (Silva & Queiroz, 2017;Silva & Queiroz, 2018;Sidrim & Fusco, 2019).…”