Microrganismos multifuncionais: utilização na agricultura

Abstract

Microrganismos multifuncionais são microrganismos benéficos que apresentam mecanismos diretos e indiretos de promoção de crescimento vegetal e apresentam um papel importante como uma tecnologia alternativa rumo á escala para uma agricultura sustentável. O aumento da demanda pela produção agrícola com uma redução significativa do uso de fertilizantes e pesticidas sintéticos é um grande desafio na atualidade. O estudo desses microrganismos vem merecendo destaque nos últimos anos em razão da grande demanda por tecnologias sustentáveis, podendo reduzir os custos de produção, aumentando a produtividade e a rentabilidade do agronegócio. A aplicação de microrganismos multifuncionais através de mecanismos diretos e indiretos tem mostrado que é possível tornar as práticas de manejo das culturas ambientalmente mais sustentáveis. Os mecanismos dos microrganismos multifuncionais incluem a regulação do equilíbrio hormonal, solubilização de nutrientes na solução do solo e indução de resistência contra patógenos. O objetivo do trabalho foi trazer informações referentes aos microrganismos multifuncionais priorizando os aspectos gerais, as características dos microrganismos (rizobactérias e fungos) promotores do crescimento vegetal e seus principais mecanismos de ação. Em resumo, conclui-se que os microrganismos multifuncionais possuem diversas características favoráveis para serem utilizados como promotores de crescimento das plantas, na agricultura sustentável.

Microrganismo endofíticos para conservação de produtos hortícolas

“…Nos últimos anos, houve um auge na demanda por tecnologias sustentáveis, pelo que os estudos de microrganismos aumentaram (tabela 1). Isto, com fins de amortizar os custos de produção, acrescentar a produtividade e a rentabilidade do agronegócio numa agricultura sustentável (Rezende et al, 2021).…”

Biotecnologia microbiana: inoculação, mecanismos de ação e benefícios às plantas

“…O K é um nutriente essencial para abertura e fechamento estomático, regula a translocação e armazenamento de nutrientes, mantem a pressão de turgor na planta e funcionamento do metabolismo interno vegetal (Taiz & Zeiger, 2017;Mitter et al, 2021). (Batista et al, 2018;Umesha et al, 2018;Arora et al, 2020) PGPM aumentam a resistência das plantas contra fitopatógenos, através da competição por nutrientes, antagonismo, produção de fitoalexinas, exopolissacarídeos, antioxidantes, e indução da resistência sistêmica adquirida (Systemic acquired resistance -SAR) e induzida (Induced systemic resistance -ISR) (Bhat et al, 2019;Rezende et al, 2021). E dessa forma fazem o controle biológico de doenças reduzindo o uso de produtos químicos.…”

“…O SAR é um sistema de largo espectro que depende do ácido salicílico e não apresenta especificidade à infecção inicial, agindo contra patógenos biotróficos. Por outro lado, a ISR é dependente do ácido jasmônico e da sinergia com o etileno, sendo ativada por microrganismos patogênicos (Fukami et al, 2017;Rezende et al, 2021).…”

“…Sob condições de estresse, PGPM induzem a produção de osmorregulantes, como carboidratos, proteínas, aminoácidos, lipídios, prolina, glicinabetaína e trealose (Khoshru et al, 2020;Lopes et al, 2021a). Além de produzirem metabolitos secundários tóxicos, como o Trichoderma sp., que produz antibióticos e enzimas como, quitinases, glucanases e peroxidases (Rezende et al, 2021).…”

“…Inoculantes microbianos, como as rizobactérias (Plant growth-promoting rizhobacteria -PGPR), micorrizas e fungos, combinados ou separados, podem ser inoculados em sementes, folhas, raízes ou solo. Eles colonizam a rizosfera ou o interior da planta, estimulando seu crescimento de forma direta, como biofertilizantes, e bioestimulantes; e de forma indireta, como agentes de biocontrole (Umesha et al, 2018;Chouan et al, 2021;Rezende et al, 2021).…”