“…Primeiramente, a arqueologia foucaultiana não trata " [...] de conhecimentos descritos no seu progresso em direção a uma objetividade na qual nossa ciência de hoje pudesse enfim se reconhecer" (FOUCAULT, 1966(FOUCAULT, /1992; antes de tudo, seria preciso "[...] renunciar ao conforto das verdades terminais", pois o momento atual figuraria mais como ponto de chegada do que juízo regulador da História. E, quanto ao "muito curioso" homem ao qual se reporta a psicologia, em particular, e as ciências humanas, em geral (FOUCAULT, 1965(FOUCAULT, /1999, Foucault demonstra as condições de possibilidade de um saber antropológico 6 , pelo menos de dois modos: em História da Loucura, por via de uma "história do Outro" (FOUCAULT, 1966(FOUCAULT, /1992, na qual, pelo viés de uma história do louco, acabou se efetuando, "[...] como que por si mesma" (FOUCAULT, 1961(FOUCAULT, /1999, "[...] a história daquilo que tornou possível o próprio aparecimento de uma psicologia" (FOUCAULT, 1972(FOUCAULT, /1995; já em As Palavras e as Coisas, empreende-se uma "história 5 Em outras palavras, já a partir de seu primeiro grande livro, História da Loucura, até As Palavras e as Coisas, para mencionar, grosso modo, as posições metodológicas e temáticas adquiridas por Foucault em seus escritos dos anos 60 (caso não se considerem escritos como La Recherche Scientifique et la Psychologie ou A Psicologia de 1850 a 1950). Os problemas de demarcação da obra de Michel Foucault permanecem ainda em aberto (cf., por exemplo, as posições de Deleuze (1988) e Beatrice Han (2002), que elaboram maneiras diversas de interpretar a relação de Foucault com sua obra e a própria dinâmica interna da obra).…”