Introdução: O CAPS ad II preconiza o tratamento sob uma clínica pautada na atenção psicossocial do usuário de substâncias psicoativas, no entanto o modelo manicomial ainda é presente e se faz necessário compreender como ocorre a assistência de enfermagem a esses usuários. Objetivo: Compreender a transição das práticas de cuidado pautadas na lógica manicomial e na atenção psicossocial no cotidiano da equipe de enfermagem de um CAPS ad III. Metodologia: Estudo de abordagem qualitativa desenvolvido em um CAPS ad III em um Município de Minas Gerais. Os dados foram coletados por meio de observação participante e entrevistas semiestruturadas com 10 profissionais de enfermagem e analisados por meio da Análise de conteúdo de Minayo. Resultados e Discussão: O estudo revelou que coexistem no serviço práticas norteadas pela lógica manicomial e atenção psicossocial e a dificuldade de os profissionais compreenderem o conceito de redução de danos. Existem esforços de alguns profissionais de enfermagem em desenvolver cuidados centrados na proposta psicossocial como oficinas terapêuticas, acolhimento e consulta de enfermagem. Conclusões: O CAPS ad III é um espaço que busca romper com concepções pautadas na lógica manicomial, mas ainda está em processo de transição de práticas de tutela, hierarquização entre usuários e profissionais de enfermagem para uma prática que empodere o usuário, compreenda-o como corpo político que pode transformar sua realidade, ser sujeito de sua história e não apenas objeto.