Memórias póstumas da escravidão

Abstract

Resumo: A morte do senhor de escravos faz-se presente de diversas formas nos romances de Machado de Assis. Em Brás CubasA ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dous para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dous pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.Machado de Assis, 1906

Machado De Assis E Os Ares De Bons Dias No Embate De Pai Contra Mãe

“…É provável que o riso provindo dos nomes se relacionasse ao contraste estabelecido por estes e suas características físicas. O certo é que, escravo ou homem livre, a pobreza era um estado constante na vida de Cândido Neves e de Clara, fato que, segundo Duarte, em Memórias Póstumas da Escravidão (2008), ressalta o contexto de violência sistêmica instituída pelo trabalho forçado, que contaminava toda a sociedade escravagista da época e afetava tanto negros quanto brancos.…”