Discutiremos o papel da escrita da História em Tito Lívio e como a mesma define e consolida uma identidade romana, o ser romano. Trata-se de observar como a estrutura da narrativa aponta para a compreensão de uma História concebida como “mestra da vida” (magistra vitae), ou seja, a utilidade dos exemplos. O valor do estudo da história, em outras palavras, não reside apenas em lições específicas, mas também no exercício de como e o que se olhar desse passado. Neste sentido, ao retomar uma historiografia antiga e aplicá-la em sua escrita, Tito Lívio pretende realizar um trabalho historiográfico que realce a dignidade de seu povo, um aspecto que permite a definição dos comportamentos cívicos romanos, bem como a definição de uma latinidade romana associada às inquietações do contexto presente de Lívio à época de Augusto, durante o século I a.C. - I d.C. Compreenderemos como o discurso histórico de Lívio expressa as demandas políticas de sua contemporaneidade, a partir da relação entre discurso, memória, poder e identidade.