O presente artigo traz à baila uma reflexão teórico-narrativa acerca daquela que tem sido chamada «Espiritualidade Martirial». A conceituação sobre espiritualidade e martírio deu-se por meio de pesquisa exploratório-bibliográfica. A discussão central foi tecida em diálogo, sobretudo, com os estudos teológicos de Casaldáliga, Sobrino e Gutierrez. As conclusões apontam no sentido de que a Espiritualidade Martirial não está relacionada ao desejo de ser mártir. Tampouco o martírio relaciona-se à concepção de sacrifício cruento como redentor de pecado. A Espiritualidade Martirial diz respeito à fidelidade ao Evangelho do perseguido e mártir, Jesus de Nazaré. De igual modo, diz respeito à fidelidade à realidade histórica atual e concreta na qual o cristão deve anunciar boas notícias aos pobres e denunciar a injustiça estrutural. Por fim, diz respeito à memória da morte dos inocentes e à fileira dos seguidores de Jesus que foram martirizados.