Tendo por base um estudo etnográfico sobre o saber profissional com três assistentes sociais em cenários laborais, o artigo analisa, metodologicamente, a forma e o conteúdo dos registos textuais em diários de campo, realizados no decurso de um trabalho de terreno de curta duração e disperso por diferentes contextos. A análise permitiu identificar e reinterpretar quatro grandes configurações de escrita etnográfica: situações de trabalho social (ST, descrição da atividade de cada profissional-participante); relatos do trabalho social (RT, reflexividade profissional, com a etnógrafa, de cada participante sobre ST); situações etnográficas (SE, descrição das condições de interação permitidas à etnógrafa); reflexividade etnográfica (RE, da etnógrafa sobre as situações). Os registos evidenciam a plasticidade e dialogia dos diários de campo e o facto de serem mediados por dois atos reflexivos em alteridade: atos reflexivos de RT sobre ST, mais centrados nas participantes, e de RE sobre SE, mais centrados na etnógrafa.