Maternidade transnacional e produção de subjetividade: as experiências de mulheres brasileiras imigrantes vivendo em Londres

Abstract

Este estudo explora como a maternidade transnacional é experenciada por mulheres brasileiras emigrantes participantes da cadeia global dos cuidados. Nossa análise indica que a maternidade transnacional é uma experiência contraditória e repleta de tensões emocionais. Por um lado, é vivida de forma culpabilizada por muitas mulheres por não se conformarem às regras da maternidade convencional. Por ouro lado, é por meio da experiência migratória que são capazes de renegociar seus papéis de mãe, produzindo novos sentidos para o cuidado e suas práticas maternas.Palavras-chave: Maternidade, Maternidade Transnacional, Cadeia Global dos Cuidados, Subjetividade.

Becoming a Migrant Mother: An Intersectional Approach to the Narratives of Cape Verdean Women in Portugal

“…Studies in maternal migration address different phenomena and point to female and family trajectories, generally focusing on either transnational motherhood as a consequence of a global care chain or in the context of family migration, and less attention is paid to the experiences of co-resident migrant mothers (Gilmartin and Migge 2016). The dimensions that are the object of research, especially in sociology, anthropology, medicine, and psychology, include the health of the migrant mother and baby (Bollini et al 2009;Dias and Rocha 2009;Khanlou et al 2017;Kingston et al 2011;Nielsson et al 2019;Phillimore 2016), motherhood practices in another culture (Chao 2000;Buki et al 2003;Barona-Vilar et al 2013;Erel et al 2018;Moscardino et al 2011;Ramos 2012;Urwin et al 2013;Rivera and Lavan 2012;Vesely 2013) support networks (Brandão and Craveirinha 2011;Ryan 2007), transactional practices (Åkesson et al 2012;Carpenedo and Nardi 2017;Madianou 2012;Mazzucato and Schans 2011), the reconfiguration of the migratory path after becoming a mother (Berrocal 2020;Constable 2014), and the change in identity (Aroian 2001;Challinor 2010;Hollway 2010), for example. With regard to pregnancy, studies often focus on the increased risk of the migrant population regarding the care of pregnancy and the health of the baby and relate the ethnicity and origin of women to higher rates of unplanned pregnancies (Hernandez et al 2020).…”

Corpo(s) em movimentos: trajetória(s) corpórea(s) de mulheres brasileiras migrantes

“…As trajetórias e vivências transfronteiriças e transnacionais de mulheres brasileiras têm sido objeto de crescentes estudos nacionais (Carpenedo;Nardi, 2017;De Oliveira Assis, 2014;Escudero, 2016;Fleischer, 2003;Piscitelli, 2008aPiscitelli, , 2008aAssis;Olivar, 2011;Pontes, 2004) e internacionais (Gomes, 2013;Lidola, 2015;Lucchese Et Al., 2021;Mcdonnell;Lourenço, 2009;Mcilwaine;Evans, 2020;Messias, 2002;França, 2015;Watarai, 2014). Tal multiplicidade de interesses dá-se tanto pelo seu aumento exponencial e a diversificação de destinos, bem como pela complexidade de sentidos, materialidade e significados.…”

Ciências Sociais Hoje: Antropologia

“…riadas de cosubstancialidade (Machado, 2010;. A constante circulação de pessoas, dinheiro, objetos e encomendas (Lobo, 2008;Vasconcelos, 2018) e o investimento em projetos familiares -como a construção da "casa" familiar que impulsiona, muitas vezes, o próprio projeto migratório (Handerson, 2010(Handerson, , 2015Machado, 2010; -mobilizam e movimentam tanto os que partem quanto os que ficam, produzindo parentesco e novas práticas de maternidade (Capernedo;Nardi, 2017) e de organização familiar (Jardim, 2007;Scott, 2011;Scott et al, 2015).…”