Maternidade em regime prisional: desfechos maternos e neonatais

Abstract

RESUMO Objetivo: descrever os desfechos, identificados na literatura, da gestação, parto e puerpério em mulheres privadas de liberdade. Método: revisão integrativa de artigos científicos publicados entre 2007 a 2017, nas bases de dados Medline, Web of Science, LILACS e biblioteca virtual SciELO, utilizou-se os seguintes descritores: “Prisão” (“Gravidez” OR “Parto” OR “Período pós-parto”), realizou-se a leitura crítica dos resumos e textos completos na análise dos dados, ao final selecionou-se 12 artigos. Resultados: o acompanhamento pré-natal efetivo é realidade apenas em países desenvolvidos; a falha na comunicação entre o sistema prisional e familiares de gestantes e puérperas, o uso de algemas durante o trabalho de parto e parto, são fragilidades na assistência à esta parcela populacional. Destacam-se: mais incidência de partos vaginais, o desenvolvimento de complicações como a hipertensão e infecção puerperal, dificuldades para o estabelecimento do vínculo mãe-bebê, principalmente na amamentação. Conclusão: os desfechos descritos mostram as fragilidades que permeiam a assistência à esta parcela populacional. Os resultados reafirmam a necessidade de melhorias na assistência e subsidiam o desenvolvimento de pesquisas interessadas em explorar as relações entre o regime prisional e o ciclo gravídico-puerperal. Descritores: Saúde Pública; Enfermagem Obstétrica; Prisão; Gravidez; Parto; Período Pós-Parto.ABSTRACTObjective: to describe the outcomes identified in the literature on pregnancy, childbirth and the puerperium in women deprived of their liberty. Method: integrative review of scientific articles published from 2007 to 2017, in the databases Medline, Web of Science, LILACS and SciELO virtual library, using the following descriptors: “Prison” (“Pregnancy” OR “Parturition” OR “Postpartum Period”), critically reading the abstracts and full texts in data analysis, selecting 12 articles. Results: the effective pre-natal follow-up is reality only in developed countries; the communication failure between the prison system and family of pregnant and puerperal women and the use of handcuffs during labor and childbirth are weaknesses in the assistance to this population share. Main characteristics: more incidence of vaginal deliveries, development of complications such as hypertension and puerperal infection, difficulties establishing the link between mother and baby, mainly in breastfeeding. Conclusion: the described outcomes show the weaknesses that permeate the care to this population. The results reaffirm the need for improvements in care and subsidize the development of researches interested in exploring the relationships between prison regime and pregnancy-puerperal cycle. Descriptors: Public Health; Obstetric Nursing; Prison; Pregnancy; Parturition; Postpartum Period.RESUMEN Objetivo: describir los resultados identificados en la literatura, el embarazo, el parto y el puerperio en mujeres privadas de libertad. Método: revisión integrativa de artículos científicos publicados entre 2007 y 2017, las bases de datos Medline, Web of Science, LILACS y SciELO biblioteca virtual, utilizándose los siguientes descriptores: “Cárcel” (“Embarazo” OR “Parto” OR “Período Posparto”), realizándose la lectura crítica de los resúmenes y los textos completos en el análisis de datos, seleccionándose 12 artículos. Resultados: el seguimiento prenatal efectivo es realidad sólo en los países desarrollados; la falla de comunicación entre el sistema penitenciario y la familia de mujeres embarazadas y puérperas, el uso de esposas durante el trabajo de parto y el parto, son las deficiencias en la asistencia a esta población. Características destacadas: mayor incidencia de partos vaginales, el desarrollo de las complicaciones como la hipertensión y la infección puerperal, dificultades para el establecimiento del vínculo entre la madre y el bebé, principalmente durante la lactancia. Conclusión: los resultados muestran las debilidades que impregnan la cuota de asistencia a esta población. Los resultados reafirman la necesidad de mejoras en la atención y subvencionar el desarrollo de investigaciones interesadas en explorar las relaciones entre el régimen penitenciario y el ciclo embarazo-puerperal. Descriptores: Salud Publica; Enfermería obstétrica; Prisiones; Embarazo; Parto; Período Posparto.

Acesso de gestantes em cárcere ao pré-natal: desafios e estratégias propostas por enfermeiros

“…Esses cuidados, sobremaneira, são estendidos para o pós-parto, ou seja, dura até os 45 primeiros dias de vida do recém--nascido, postergando-se até os 24 meses de idade da criança, com o acompanhamento pela Rede Cegonha (3) .…”

“…Aliado a isso, pode-se destacar o relacionamento entre profissional e gestante que tem importante influência no desenvolvimento de uma gestação e puerpério saudáveis. O enfermeiro atua no acolhimento, onde tem a oportunidade de orientar a gestante durante a consulta, são particularidades da assistência que se tornam essenciais durante a adesão do pré-natal (3) .…”

“…Na assistência, durante a gravidez de mulheres em situação prisional, é possível observar o descaso em relação ao fornecimento de orientações, já que uma grande parte dessas mulheres desconhece os serviços disponibilizados durante e após a gestação, tornando o início do pré-natal tardio. No sistema prisional brasileiro, é notório que o número de consultas durante pré-natal e puerpério tem um índice inferior ao desejado para garantir as orientações necessárias, o que causa uma carência de humanização e orientações que impossibilitam a essa mulher exigir seus direitos e estar em contato direto com assistência, exames e cuidados necessários antes durante ou após a gestação (3) .…”

“…Encontrar-se nessa condição, e, também, em situação de aprisionamento pode ser mais complexo ainda. Até porque muitas dessas mulheres ingressam ao regime prisional por crimes como: pequenos furtos e tráfico de drogas, já grávidas (3) . E, para atuar em lugares como esses, o enfermeiro precisa ter em mente, antes de qualquer obrigatoriedade técnica, que a assistência à saúde deve fundamentar-se, sobretudo, em três pilares universais: a igualdade, a universalidade e a equidade.…”

O Reflexo Do Cárcere No Direito À Amamentação E À Maternidade

“…Dentre estas inadequações, estão a falta de vínculo com os profissionais, a estrutura física e apoio a essas mulheres que são mães na prisão. 7 O Presídio Feminino em que foi feita esta pesquisa, localizado no Sul do país, conta com uma unidade materno-infantil (UMI) e uma equipe de múltiplos profissionais da área da saúde que atuam no cuidado e na saúde das detentas. Essa unidade foi criada com base no direito constitucional de que os presídios femininos devem possuir locais adequados para que as mães possam amamentar seus filhos e praticar seus direitos legais, bem como o direito humano à alimentação da criança.…”