Diante da situação de vulnerabilidade na qual pessoas em situação de rua se encontram, decorrentes da perpetuação de atos discriminatórios e do não acesso à fruição dos direitos fundamentais, identifica-se a necessidade de estímulo à participação desse grupo em movimentos sociais. A participação social é uma das diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua, que estimula iniciativas de participação e controle social a partir da implementação de comitês intersetoriais de monitoramento das políticas desenvolvidas para essa população. OBJETIVO: Relatar a experiência de uma oficina realizada com pessoas em situação de rua sobre a Participação e o Controle Social. RELATO DE CASO: Trata-se de uma ação que ocorreu no Centro de Referência para a População em Situação de Rua, localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte/MG. A atividade, realizada em Outubro de 2022, teve a participação de 19 usuários. No local, foram desenvolvidas atividades manuais de recorte e colagens, além de reflexões advindas da condição de sobrevivência dessa população na rua. DISCUSSÃO: A oficina propiciou a construção coletiva de um cartaz, no qual os participantes expuseram a condição de insegurança em que vivem. As imagens retratam que o território das ruas é permeado por violência, repressão e desamparo. Observou-se ainda que, a invisibilidade e a exclusão social são problemas que assolam esse grupo social e impedem que seus direitos sejam reconhecidos, discutidos e reivindicados. CONCLUSÃO: Embora pontual, ressaltam-se as dimensões social e humana da experiência, que promoveu o empoderamento e o engajamento dos usuários no exercício de sua cidadania. Obteve-se um processo reflexivo e de análise da conjuntura social vivenciada nas ruas, bem como, de entendimento da violência e invisibilidade, evidenciando a necessidade de mobilização coletiva para promover mudanças nessa realidade.