“…Focando no seu caráter processual, multidimensional e relacional, o termo exclusão social considera diacronicamente as fragmentações dos laços entre os indivíduos, a sociedade e o Estado, que envolvem múltiplos segmentos populacionais (PAUGAM, 1996), e abre o leque das dimensões de analise das dinâmicas que a caracterizam: "a exclusão social não se caracteriza apenas pela intensa privação material, mas principalmente pela desqualificação do indivíduo enquanto cidadão e ser humano, e pela ausência de seu lugar social" (DANTAS, 2007, p. 26). Foram levantadas algumas críticas ao termo em relação à sua visão dicotômica da sociedade, ao seu uso abusivo, à imprecisão como categoria analítica, à anulação da dimensão política do problema e a perda de estatuto de grupo dos excluídos (ALVES et al, 2012). Apesar destas observações, consideramos, em consonância com Alves et al (2012), a pertinência do termo que assume, ainda hoje, a complexidade das expressões da questão social em um contexto de novos riscos e desafios contemporâneos (BECK, 2000).…”