Mary Seacole e Maria Soldado: enfermeiras negras que fizeram história

Abstract

This study aims at giving visibility to two women; Mary Jane Seacole and Mary Soldier, who have experienced racism in their actions, but they knew how to face the unknown boundaries, overcoming them in search of their lives ideals. Through the documental research method, it is intended to rescue the history of these black women, placing them as models for the nursing professional history and also among the forerunners of the modern nursing.

Maria José Bezerra (Maria Soldado): Uma Enfermeira Negra Brasileira Invisibilizada

“…Maria Jose Bezerra faleceu na cidade natal em 11 de fevereiro em 1958, foi encontrada morta num quartinho de um prédio na Rua Consolação da cidade de São Paulo. Uma heroína caída em esquecimento, assim como todos os demais indivíduos negros que lutaram pela pátria e um estado de negligente reconhecimento (Low & Oguisso, 2014).…”

“…Esta invisibilidade fundamenta-se nas relações de poder, gênero e raça, ao atender os interesses do patriarcado, que se caracteriza como heteronormativo, elitista e branco. Nessa lógica, a exclusão de personagens da história da enfermagem mascara uma compreensão fidedigna sobre a construção desta profissão (Low & Oguisso, 2014).…”

From Florence Nightingale to the Covid-19 Pandemic: The Legacy We Want

“…Several books and texts have been written about her, seeking to rescue her importance. [24][25][26] Another example of work at the frontline in wars is that of Ana Justina Ferreira Nery (Anna Nery), a Brazilian woman, who cared for the wounded in the Paraguayan War, in 1860, being awarded the title of "first Brazilian nurse". She received several tributes, and her name baptized the first modern nursing school in Brazil, the School of Nurses Dona Anna Nery, later Anna Nery.…”

Mudanças de paradigmas realizados por mulheres negras na enfermagem

“…Para tanto, no tange a sua luta por liberdade, na árdua trajetória por mudanças de paradigmas, o contexto histórico mundial traz a luta negra contra a escravidão, cujo o negro escravizado era tido como objeto, emergindo em um cenário de exclusão social, discriminação e intolerância. [1][2] Além disso, no período pós-abolição há uma reconfiguração social, pela qual, em tese, mudanças nas relações de trabalho aconteceriam e os escravos libertos se tornariam assalariados. Entretanto, esse panorama não existiu, visto que o mercado já era dominado por europeus.…”

“…Essas mudanças foram geradas por uma caminhada árdua, carregada de dissabores, discriminação e racismo pela qual tiveram que romper barreiras raciais e assim, contribuir com futuros profissionais, bem como o avanço da enfermagem. 1,[6][7][8][9] Primeiramente, uma mudança de paradigma realizado por essas mulheres foi no sentido da autoafirmação como seres humanos e não objetos ou utensílios de troca, uma frase que poderia soar sensacionalista, porém, historicamente é inegável. Dessa forma, desde que os negros foram submetidos a escravidão, tiveram que lutar e mudar conceitos, até mesmo a respeito de sua existência humana, uma vez que eram considerados como objetos, moeda de troca e raça inferior, além de selvagens e destituídos de capacidade intelectual.…”