Este artigo é parte de um estudo que teve como objetivo compreender o fenômeno da assistência homossexual nas igrejas evangélicas de Belém do Pará. A partir da história de vida de seis indivíduos que frequentam esses espaços religiosos, procuro apontar para os fatos contraditórios, e ao mesmo tempo conflitantes, entre a conciliação da sexualidade desses personagens que se auto afirmam homossexuais e os dogmas, regras e valores disseminados em tais igrejas, onde a frequência de homossexuais não é vista de forma harmoniosa em relação à condição moral de convivência. Por meio de uma pesquisa etnográfica realizada em 2016 e 2017, o trabalho em questão aponta para o dilema vivido por homossexuais na tentativa de se manterem frequentes nessas instituições religiosas sem serem aceitos ou mesmo percebidos enquanto homossexuais, vivenciando com isso um paradoxo moral e social na maneira como essa condição é observada.