“…A percepção de que o estudo dos mapas deve basear-se no contexto e nos interesses que norteiam sua produção e sua circulação, ou em seus usos, tem sido evidente em trabalhos de historiadores, geógrafos e arquitetos, brasileiros e portugueses, e tem trazido contribuições muito significativas. Como exemplo, podemos citar os diversos trabalhos sobre a utilização de mapas para os interesses diplomáticos das coroas espanhola e portuguesa, assim como para a geografia política, e na criação de identidades territoriais, de autores como André Ferrand de Almeida (2001;2009a;2009b), Mario Clemente Ferreira (20072001;2005), Iris Kantor (2010;2007), Renata Araújo (2010), Júnia Furtado (2009) e Beatriz P. S. Bueno. 13 Ademais, como apontaram Héctor Mendoza e João Carlos Garcia, "só nos últimos anos tem vindo a acontecer uma modificação no estudo dos mapas antigos, com a incorporação de análises sociais e culturais, coincidente com as modificações teóricas nas Ciências Sociais e Humanas" (Mendoza; Optamos por posicionarmos a discussão sobre o que é um mapa assumindo que sua qualidade distintiva é uma função de significação ... No entanto, isto não supõe que o mapa é só uma imagem mental, e sim materialidade: a representação cartográfica tem sua própria materialidade, seu modo de articular a imagem com um meio e com um corpo, com um suporte e com um sujeito.…”