Manutenção do trabalho e presença de condições crônicas em idosos comunitários: evidências da Rede Fibra-BH

Abstract

Resumo Este estudo transversal foi conduzido em uma amostra probabilística de 597 idosos comunitários residentes em Belo Horizonte, com o objetivo de avaliar quais condições crônicas apresentam associações independentes com a permanência do idoso no mercado de trabalho, a fim de verificar a influência de cada uma isoladamente. A análise multivariada foi baseada em modelos de regressão de Poisson, com variância robusta e ajustadas por sexo, idade, escolaridade, aposentadoria e condições crônicas. A condição de saúde que apresentou associação independente e estatisticamente significante com o trabalho atual foi a artrite (ou reumatismo), mesmo após ajuste por outras condições crônicas, de modo que idosos que relataram diagnóstico médico de atrite tiveram menor propensão de permanecerem no mercado de trabalho (Razão de Prevalência [RP] ajustada = 0,54; IC 95%: 0,35-0,85). Além disso, os resultados mostraram que o sexo modifica essa associação, sendo essa propensão menor somente entre o sexo feminino (RP = 0,45; IC 95%: 0,25-0,84). Estes resultados reforçam a importância da promoção da saúde entre os trabalhadores, principalmente na prevenção e controle da artrite entre as mulheres.

Os papéis ocupacionais de idosos institucionalizados e não institucionalizados: um estudo comparativo.

“…Em contrapartida, os idosos não-institucionalizados que apresentaram maior engajamento com o papel de trabalhador ao longo do tempo, somam 30% de desempenho no presente, representando a permanência do idoso no mercado de trabalho formal, devido a fatores como necessidade financeira da velhice em países em desenvolvimento, insuficiência de aposentadoria ou outros benefícios, falta de uma rede de suporte familiar, como uma forma de complementação de renda e melhoria de qualidade de vida ou como necessidade de se sentirem produtivos e de se realizarem pessoalmente ainda exercendo alguma atividade (Torres, Castro & Lustosa, 2019). O envolvimento com o papel de serviço doméstico obteve maior média de desempenho ao longo do tempo pelos idosos não-institucionalizados do que pelos institucionalizados, sendo possível identificar que, enquanto há condições de saúde para desempenhar, as atividades domésticas fazem parte da rotina diária dos idosos que vivem na comunidade e são responsáveis pelo seu próprio lar, de maneira que estimulam sentimentos de independência, autocuidado e pertencimento, ao passo que os idosos institucionalizados, mesmo quando possuem capacidades funcionais preservadas, contam com as equipes e funcionários da instituição para a realização destas tarefas (Menezes et.…”

Prevalência de doenças reumáticas em idosos

“…As for sociodemographic variables, it was found that the older adults with rheumatic disease had a higher prevalence ratio for not currently working 32 , low education 12 and not living alone 12 . The probability of an older person developing some rheumatic disease is associated with less learning during the school period, which leads to work with greater physical effort and musculoskeletal overload throughout life 33 .…”

A velhice na concepção de idosos que frequentam centros de convivência

“…A velhice percebida como o "não aguentar mais trabalhar" é uma questão culturalmente enraizada e o fato de trabalhar ainda é vista com preconceitos pela sociedade. A existência de doenças prevalentes na velhice pode ser um bloqueio para o exercício de atividades laborais (Torres, Castro & Lustosa 2019), no entanto, as modificações fisiológicas inerentes ao processo do envelhecimento não devem ser um fator limitador para o desempenho dessas atividades.…”