Manifestação da fadiga vocal em docentes de metodologia ativa versus tradicional durante as aulas remotas devido a Covid-19

Abstract

Objetivo: comparar a manifestação da fadiga vocal em professores universitários de metodologia ativa e tradicional no período de aulas remotas devido a pandemia da covid-19. Métodos: Participaram do estudo 106 professores universitários de uma instituição federal de ensino, que foram agrupados conforme a metodologia utilizada. O grupo de metodologia tradicional (MT) foi composto por 59 professores (31 homens, 28 mulheres), com média de idade de 44,07 ±9,12 O grupo de metodologia ativa (MA) foi composto por 47 professores (20 homens, 27 mulheres), com média de idade de 42,89 ±9,08. Foram utilizados os protocolos: Índice de Fadiga Vocal (IFV), Índice de Triagem do Distúrbio de Voz (ITDV) e anamnese estruturada. A análise envolveu a comparação entre os grupos e comparação entre os gêneros de cada grupo. Resultados: O IFV não apresentou diferença estatística em nenhum dos seus fatores, entretanto, com exceção do fator de restrição vocal, todos os outros parâmetros do teste estiveram acima dos valores de corte. O ITDV e a carga horária de aulas remotas também não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos. Mulheres apresentaram valores do IFV superiores a homens, principalmente para metodologia ativa de ensino. Conclusão: Os professores universitários apresentaram manifestações de fadiga vocal, limitação vocal, desconforto físico associado ao uso da voz e dificuldade na recuperação após o repouso vocal, independentemente da metodologia de ensino utilizada.

Factors associated with vocal problems in teachers from Montes Claros, Minas Gerais

“…Pesquisa com professores de 21 estados, provenientes das cinco regiões brasileiras, avaliou a qualidade vocal durante a pandemia e a maioria relatou usar a voz com menos frequência e com intensidade reduzida 13 . Outro estudo realizado no período remoto com professores do ensino superior registrou média abaixo do ponto de corte para o Índice de Triagem do Distúrbio de Voz (ITDV), tanto para os professores que utilizavam metodologia tradicional, como para os que utilizavam metodologia ativa, sugerindo ausência de instalação do distúrbio vocal nesses grupos 17 . Não foram encontrados outros estudos com professores que investigaram a prevalência de distúrbio vocal em situação de aulas remotas devido à COVID-19.…”

“…Já ao considerar a prevalência de queixa vocal durante o perídodo remoto, 40,7% dos professores universitários de metodologia tradicional e 34,0% da metodologia ativa, responderam ter alguma queixa vocal no momento da investigação 17 . Apesar das diferenças entre o ensino presencial e o remoto, este último também requer o uso vocal, com gravações de vídeos e atividades para o estudo assíncrono, além da necessidade do uso de telas e fones de ouvidos, e na mudança para uma postura ergonomicamente incorreta, fatores que podem influenciar na manutenção de pelo menos uma queixa vocal 17 . Em estudo com indivíduos irlandeses que trabalhavam home office durante a pandemia, 33,0% relataram queixa vocal 19 .…”

“…Estudo com professores de escolas municipais apresentou prevalência de 25.7% de problemas vocais crônicos 24 . Professores universitários apresentaram dificuldade na recuperação após o repouso vocal, independentemente da metodologia de ensino utilizada no período de aulas remotas 17 .…”

Fadiga vocal e fatores associados em professores universitários em ensino remoto

“…Muitos estudos afirmam que os docentes apresentam maior risco para desenvolverem problemas vocais (6)(7)(8) . Diante das mudanças ocorridas em seu ambiente de trabalho, adicionadas ao despreparo para ministrar as aulas online, obteve-se, como consequência, a incidência da disfonia, ao se comparar com o ambiente tradicional das aulas presenciais (9,10) .…”

Vocal fatigue and associated factors in university teachers in remote education

“…Many studies claim teachers are at greater risk of developing vocal problems (6)(7)(8) . Given the changes that occurred in their work environment, added to the lack of preparation to teach online classes, the incidence of dysphonia was obtained, compared to the traditional territory of face-to-face courses (9,10) .…”