Manifestação clínica não usual da sífilis secundária

Abstract

Introdução: Desde os primeiros relatos da sífilis na história da humanidade, tem-se verificado que é uma doença com alta frequência global, inclusive entre os brasileiros, apesar da adoção de iniciativas de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis difundidas pelo governo. O recrudescimento da prevalência e incidência e a sua mortalidade em todo o mundo justificam o estudo em tela. Objetivo: Demonstrar, por meio de relato de caso clínico, que as manifestações não usuais da sífilis secundária podem ocorrer com frequência muito elavada. Métodos: Análise descritiva de um caso clínico respaldado pela produção científica em fluxo com o propósito de demonstrar os resultados observados. Paciente feminino, 15 anos, procura a Unidade Básica de Saúde para reavaliação do quadro clínico de hipótese conflitante após diagnóstico e tratamento proposto pela Unidade de Pronto Atendimento previamente, evoluindo com refrataridade e repercussão estética desfavorável. Afirma que há um mês evoluiu com lesões disseminadas em tronco, membros e face de aspecto maculopapular, bem delimitadas, homogêneas e pruriginosas. Ausência de exsudação. Nega febre. Nega ulcerações genitais prévias. Vida sexual ativa sem uso de preservativos. Solicitado teste rápido de doença sexualmente transmissível, com positividade para sífilis. Iniciada a administração da penicilina benzatina e realizada a notificação. Solicitado Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas, o qual evidenciou 1/64. No momento, paciente encontra-se em acompanhamento clínico; portanto, de prognóstico indefinido. Resultados: Este caso clínico ilustra o polimorfismo da sífilis secundária, sendo mandatório ao médico ter um amplo conhecimento dessa entidade mórbida, com o estabelecimento de um diagnóstico precoce, instaurar um tratamento efetivo, eficiente e seguro, capaz de promover uma convalescença satisfatória e reduzir os índices estatísticos tão elevados. Conclusão: O potencial de apresentação dermatológico variado da sífilis aponta a necessidade de, sempre que possível, ela seja cogitada como hipótese diagnóstica plausível no que tange às demais doenças dermatológicas, bem como a relevância da realização de screnning investigativo adequado em casos suspeitos.