Madeiras neotropicais de plantios de restauração florestal como matéria-prima de múltiplos produtos

Abstract

RESUMO:Este trabalho tem por objetivo investigar as propriedades físicas e químicas de madeiras neotropicais obtidas em área sob regime de restauração florestal em local destinado a reserva legal. Foram coletadas amostras de madeira de árvores de 12 anos de 4 espécies de diferentes grupos ecológicos. Determinou-se a densidade básica, porosidade, composição química estrutural e análise imediata para determinação dos teores de materiais voláteis, carbono fixo e cinzas. Os dados foram submetidos à ANOVA e, quando houve diferença estatística, ao teste Tukey a 95% de probabilidade. A madeira de Schinus terebintifolia e Cedrela fissilis, são opções válidas para fabricação de produtos sólidos como grilling panks. A da espécie Myroxylon peruiferum, apresentou potencial energético para fabricação de pellets e briquetes. A S. terebinthifolia também pode ser direcionada ao uso de lenha. Ao final desta pesquisa foi possível subsidiar a tomada de decisão acerca da seleção de espécies neotropicais oriundas de áreas de restauração florestal para indicação de uso em múltiplos produtos, com base em suas propriedades físicas, químicas e energéticas. Palavras-chave: floresta em restauração, propriedades da madeira, sustentabilidade IntroduçãoO século XXI tem sido marcado por ações e metas com o intuito de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, a considerar as Metas de Aichi de 2010, Desafio de Bonn de 2011 e a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, cujos objetivos convergem diretamente para a restauração de ecossistemas degradados (Lewis et al, 2019; Marchand et al, 2021).A escolha de restaurar tais ambientes com espécies arbóreas contribui para a remoção do carbono da atmosfera, reduz as ações do aquecimento no planeta e atende a compromissos climáticos globais (Lewis et al, 2019).Uma alternativa para suprir os investimentos na implementação da restauração florestal e manter o ecossistema saudável é o seu uso múltiplo por meio do manejo sustentável (Miyamoto et al., 2021). No Brasil, a Lei N° 12.651, que dispões sobre a proteção de vegetação nativa, permite que pequenos produtores explorarem com restrições algumas áreas florestadas para a extração de produtos