Música 'erudita', 'folclórica' e 'popular' do Brasil: Interações e inferências para a musicologia e etnomusicologia modernas

Altamiro Carrilho e o LP Depoimento do Poeta, de Nelson Cavaquinho(1970): extemporização e recorrências interpretativas em processos integrados de criação musical

“…O etnomusicólogo Gerard Béhague (2006), aponta que em seus primeiros passos, a ação etnomusicológica era percebida acima de tudo a partir do referencial dos repertórios aos quais se dedicava (simbolizadas pelas músicas de caráter "tradicional", "folclórico" ou "étnico"), ressaltando que ela "pouco a pouco veio a ser concebida como uma abordagem holística ao estudo de qualquer tradição musical" (BÉHAGUE, 2006, p. 59 (1987), que aborda relações de gênero e suas correlações com elementos musicais, concluindo pelo que se constitui uma hegemonia masculina da música erudita ocidental, que influenciaria na preponderância da visualidade e em questões timbrísticas, geralmente mais "sujos" na música popular e mais "puros" e padronizados na música erudita. Piedade também cita Frith (1988) e a importância que este autor confere às gravações e seu desenvolvimento tecnológico, como uma parte indissociável do ambiente de análise da música popular.…”

“…Como introdução ao assunto, revisitamos o conceito de música popular através de Middleton e Manuel (2001), Béhague (2006) e Pérez González (2012), as diferenças entre música popular e música folclórica (algo que será melhor definido pela TMA) e as prerrogativas etnomusicológicas para a abrangência da pesquisa, a partir de Oliveira Pinto (2001, novamente Béhague (2006) e já contando também com Caporaletti (2018) e Araújo Costa (2016), determinantes para o reposicionamento de uma perspectiva de pesquisa à questão transcultural, em consonância com os intuitos da TMA perante o desenvolvimento dos estudos musicológicos e a conexão existente entre eles.…”