O objetivo do presente estudo foi caracterizar indivíduos do meio rural, diagnosticados com câncer, quanto às práticas no uso de agrotóxicos, sintomas físicos, emocionais, de intoxicação e níveis de acetilcolinesterase eritrocitária. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva, em hospital geral, com 92 pacientes oncológicos e agricultores. O projeto foi aprovado pelo CEP sob o número 2.626.873. Instrumento de coleta de dados com variáveis sociodemográficas, práticas no manuseio de agrotóxicos e mensuração da acetilcolinesterase eritrocitária. A análise dos dados com programa Statistical Package for Social Science, estatística descritiva e analítica. Os resultados demonstraram que a maioria do sexo masculino, idoso, baixa escolaridade. Predominam pequenas propriedades rurais, cultivo de hortifrutigranjeiros. 63% expostos ocupacionalmente a agrotóxicos; para proteção, 56,8% usam botas, “sempre”. Orientação técnica insuficiente. Baixa frequência de intoxicação. Menor média de acetilcolinesterase eritrocitária no grupo exposto a agrotóxicos ativo, estatisticamente significativa. Evidenciou-se o predomínio de agricultura familiar, com produção de hortifrutigranjeiros e uso de equipamentos que favorecem o contato direto com agrotóxicos, inclusive uso inadequado de EPIs. Lacunas quanto ao uso seguro destes produtos, provavelmente relacionada à escolaridade, os tornam suscetíveis a agravos da exposição direta e indireta. Mensuração da acetilcolinesterase eritrocitária mostrou valores médios normais e requer exames complementares e monitoramento contínuo. Resultados remetem à ações e intervenções educacionais com vistas à prevenção de agravos e redução dos índices crescentes de câncer nesta população.