REVISIÓN invasivo validado na doença inflamatória intestinal, no entanto, estudo recentes apresentam a FC como um possível biomarcador de doença GI em doentes com ES 8,9. Em 2 estudos semelhantes levados a cabo por Andréasson et al. 8,9 , a FC encontra-se elevada em doentes com ES e patologia GI, pelo que é um biomarcador promissor da doença gastrointestinal na ES 8,9. Num estudo prospectivo com 99 doentes com ES, Savarino et al. 10 , observou que o esófago é o órgão mais frequentemente afetado, seguindo-se o intestino delgado e o estômago 10. Num estudo multicêntrico com 54 doentes com ES, 54% apresentavam transtornos gastrointestinais, onde as lesões potencialmente sangrantes predominavam: ectasia vascular antral gástrica (GAVE)-34.6%, telangiectasias gástricas ou do intestino delgado (26.9%) e angiodisplasia gástrica ou do intestino delgado (38.5%). Este estudo mostrou uma forte correlação entre lesões vasculares gastrointestinais e a vasculopatia extra sistema digestivo (p. ex. úlceras digitais) 11. Contudo, a mortalidade relacionada com o sistema GI é baixa (6-12%), no entanto tem um grande impacto na qualidade da vida diária e acarreta importantes comorbilidades o que, subsequentemente, afecta a sobrevida dos doente 2. O envolvimento GI severo afecta apenas 8% dos doentes com ES, no entanto quando presente a mortalidade é elevada, com apenas 15% de sobrevida aos 9 anos 3. O envolvimento GI ocorre em ambos subtipos (difusa e limitada), sendo importante ter em consideração, que a severidade cutânea e GI podem não estar correlacionadas 2. Os doentes com ES, com pouca ou nenhuma afectação da pele, podem apresentar dismotilidade gastrointestinal, assim como os que apresentam afectação cutânea severa, podem não apresentar qualquer sintomatologia GI 6. Neste artigo, faz-se uma revisão do envolvimento individual de cada órgão do tubo digestivo (cavidade oral, esófago, estômago, fígado e vias biliares, pâncreas, intestino delgado e grosso, recto e ânus).