ResumoO artigo discute algumas das principais abordagens propostas para uma governança responsável da ciência, tecnologia e inovação e, em especial, um levantamento sobre aquelas que têm se destacado nos discursos sobre políticas públicas de e para a nanotecnologia. Dentre as propostas classificadas dentro de um paradigma de políticas de ciência e tecnologia para a coesão social, se destacam aquelas relacionadas com a avaliação à montante do desenvolvimento tecnológico e a participação alargada na tomada de decisões sociotécnicas, que podem ser reconhecidas como possíveis caminhos para um desenvolvimento contra-hegemônico da nanotecnologia. Além da apresentação de alguns dos pontos centrais de abordagens que reiteram o compromisso com uma pesquisa e inovação responsável, são discutidas algumas de suas críticas e limitações. Ainda que teoricamente promissoras, tais abordagens não devem ser vistas como automaticamente transferíveis para o contexto da nanotecnologia desenvolvida no Brasil, cuja demandas e caracterís-ticas socioculturais requerem uma reflexão situada sobre quais mecanismos institucionais podem ser viabilizados e socialmente acordados.