Local wishes map as a tool for promoting dialogue and developing healthy cities

Abstract

O desenvolvimento de cidades saudáveis necessita da governança intersetorial. Entretanto, em cidades com poucos recursos, existem diversos obstáculos para alcançar esse objetivo. Portanto, foi desenvolvido um procedimento investigativo de baixo custo, com potencial de sistematizar os desejos setoriais, para promover o diálogo. Esse procedimento engloba duas etapas. Essas etapas podem ser aplicadas em diferentes grupos e depois os resultados serem comparados. O primeiro passo é uma conversa guiada por uma lista de perguntas. Nessa fase, as informações são coletadas para entender como os indivíduos consideram uma cidade saudável ou a promoção da saúde, a relação entre planejamento urbano e saúde urbana, como o diálogo entre setores pode ser alcançado, e questões locais. Na segunda etapa, os indivíduos representam seus desejos no mapa da cidade (ou região da cidade). Esses desejos são representados através de anotações ou por ícones sobre o mapa. Esse procedimento foi conduzido em Holambra, em 2017. A prefeitura dessa cidade requisitou assistência para que a cidade participasse da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis. Os setores investigados foram os gestores e a população. Um mapa de desejos comuns foi criado, bem como mapas de desejos setoriais. Portanto, esses mapas podem ser usados como guias para promover o diálogo e serem usados como instrumento de monitoramento do progresso das políticas. Essa ferramenta pode ser um promotor de diálogo e um instrumento de monitoramento, para que se promova a saúde, mesmo em situações de pouco recurso.

Evidências de métodos participativos para o planejamento urbano da cidade saudável

“…A tomada de decisão dos gestores deve ser pautada nos aspectos anteriormente pontuados que transversalizam ações de promoção da saúde para a conexão com o planejamento urbano saudável. Segundo Sperandio, Malek-Zadeh, Arêas e Francisco Filho (2019), uma das qualidades da cidade saudável é aquela que o indivíduo se sente pertencendo e que incorpora as seguintes caraterísticas: participação social, senso de pertencimento, identificação de partes interessadas, autonomia, coalizão, governança e equidade (Sperandio et al, 2019). Este pensamento da autora foi baseado em De Leeuw, 2017.…”

“…As experiências registradas academicamente neste artigo relatam ações que se relacionam as características da cidade como relatam Freire, Salles e Franco de Sá (2016) por meio de pesquisas realizadas na região nordeste do Brasil identificaram como ações promotoras de municípios saudáveis aquelas que contemplam a participação social como: a produção de artesanato; o núcleo de apoio às mulheres na prevenção de violência de gênero; o ambiente saudável na comunidade/ escola e o alimentação solidária. Na região do sudeste brasileiro, os estudos realizados por Sperandio et al (2015Sperandio et al ( , 2018Sperandio et al ( , 2019 identificaram ações coletivas e partici-pativas como diferenciais para a nova concepção da cidade saudável e que corroboram com o planejamento urbano (Lei n. 10.257, 2001) e a MBE (Atallah, 2018), como: a horta comunitária, a academia da saúde, a reciclagem de resíduos, dentre outros.…”

“…O primeiro exemplo trata do pré-teste de ferramenta participativa, o Mapa dos Desejos Locais (Sperandio et al, 2019), que apontou a possibilidade da leitura comunitária, e ao ser adotada pode possibilitar ao gestor público se adequar às competências necessárias para a aplicação do PUBECS; nos exemplos segundo e terceiro, são apresentadas iniciativas participativas, onde a transformação do espaço urbano e participação dos diferentes agentes pode indicar evidências de promoção da cidade saudável.…”

“…A ferramenta Mapa dos Desejos Locais, atualmente em processo de estudos e pesquisas pelo LABINUR no Município de Holambra [SP], onde foi realizado o pré-teste, demonstrou capacidade de desenvolver a participação social, realizar a interação entre comunidade e governo local, gerar informações a serem consideradas na concepção do Plano Diretor para a promoção da cidade saudável e ser um instrumento para o monitoramento de políticas locais. Segundo Sperandio et al (2019), este instrumento foi desenvolvido com a expectativa de favorecer a democracia participativa para o desenvolvimento de cidades saudáveis, e com isso permite uma atmosfera propícia para a exteriorização dos desejos dos diferentes agentes da sociedade local e evidencia valores comuns para corroborar com a formação de uma coalizão entre os setores envolvidos.…”

“…A apresentação mapeada das informações, apresenta de modo objetivo os desejos da comunidade local do centro e da área rural (Sperandio, 2019). Assim, foi possível obter elementos para identificar práticas para a concepção da tomada de decisão, contribuindo para os estudos das competências necessárias do gestor público para o desenvolvimento PUBECS no LABINUR.…”