Introdução: Estudos têm demonstrado que gestantes com pré-eclâmpsia (PE) apresentam maiores alterações no perfil lipídico quando comparadas a gestantes sem a doença, o que pode levar a desfechos perinatais adversos. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar a prevalência de dislipidemia em gestantes com PE e sua relação com desfechos perinatais adversos. Método: Estudo transversal realizado em uma capital do Nordeste do Brasil, em 2017, com gestantes com PE e seus recém-nascidos por meio da aplicação de formulário padronizado para coleta de dados socioeconômicos, obstétricos, estilo de vida, antropométricos e perinatais e avaliação do perfil lipídico [colesterol total (TC), lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos (TG)]. A regressão de Poisson foi utilizada para avaliar
a associação da dislipidemia (variável de desfecho) com a presença de desfechos perinatais (variáveis independentes), quando a magnitude das associações foi expressa em razão de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), com p <0,05 sendo considerado significativo. Resultados: A prevalência de dislipidemia em gestantes com PE foi de 56,73%, estando associada ao parto cesáreo (RP: 1,52; IC 95%: 1,02-2,26 e p = 0,039) e prematuridade (RP: 1,49; IC 95%: 1,13-1,96 e p = 0,004). Conclusão: A prevalência de dislipidemia em gestantes foi elevada em gestantes com PE e aumenta a prevalência de parto cesáreo e prematuridade. Assim, a avaliação desses marcadores deve ser observada com maior
atenção entre os profissionais da assistência pré-natal.