“…Severo | Cristianização de escravizados no Brasil do século XVIII... Sobre a prática da cristianização de escravizados no espaço dos engenhos brasileiros, registre-se uma relação desproporcional entre a alta quantidade de escravizados e o reduzido número de padres disponíveis para a evangelização, especialmente daqueles que conheciam línguas africanas, mais especificamente, o quimbundo e o quicongo 7 . Assim, a presença dos padres -e dos jesuítas -nos engenhos brasileiros não era constante e sistemática, diferentemente do que ocorria nos aldeamentos indígenas, o que sinaliza para uma diferença nas práticas de cristianização entre ambos (SEVERO, 2019). A partir do século XVIII, os jesuítas que conheciam alguma língua africana, especialmente o quimbundo, e se encarregavam de evangelizar os "negros pagões" (MATTOSO, 2003, p. 112), se tornaram cada vez mais raros; além disso, os senhores permitiam a realização apenas da catequese, proibindo a instrução de escravizados negros, a exemplo do ensino de leitura e escrita (FRANZEN, 2003).…”