2019
DOI: 10.25189/rabralin.v17i2.483
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Línguas e heranças africanas no Brasil

Abstract: O texto aborda o lugar atribuído às línguas africanas nos discursos coloniais e modernistas brasileiros. Para tanto, articula-se sócio-história e políticas linguísticas, com vistas a se averiguar os significados e papeis atribuídos a essas línguas em contextos políticos e sociais específicos. Assume-se que no contexto colonial tais significados envolveram tanto representações gramaticais e jesuíticas, como o uso “simplificado” da língua portuguesa pelos africanos escravizados. No contexto modernista, os signif… Show more

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“…Severo | Cristianização de escravizados no Brasil do século XVIII... Sobre a prática da cristianização de escravizados no espaço dos engenhos brasileiros, registre-se uma relação desproporcional entre a alta quantidade de escravizados e o reduzido número de padres disponíveis para a evangelização, especialmente daqueles que conheciam línguas africanas, mais especificamente, o quimbundo e o quicongo 7 . Assim, a presença dos padres -e dos jesuítas -nos engenhos brasileiros não era constante e sistemática, diferentemente do que ocorria nos aldeamentos indígenas, o que sinaliza para uma diferença nas práticas de cristianização entre ambos (SEVERO, 2019). A partir do século XVIII, os jesuítas que conheciam alguma língua africana, especialmente o quimbundo, e se encarregavam de evangelizar os "negros pagões" (MATTOSO, 2003, p. 112), se tornaram cada vez mais raros; além disso, os senhores permitiam a realização apenas da catequese, proibindo a instrução de escravizados negros, a exemplo do ensino de leitura e escrita (FRANZEN, 2003).…”
Section: Cristianização De Escravizados E a Língua Portuguesaunclassified
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“…Severo | Cristianização de escravizados no Brasil do século XVIII... Sobre a prática da cristianização de escravizados no espaço dos engenhos brasileiros, registre-se uma relação desproporcional entre a alta quantidade de escravizados e o reduzido número de padres disponíveis para a evangelização, especialmente daqueles que conheciam línguas africanas, mais especificamente, o quimbundo e o quicongo 7 . Assim, a presença dos padres -e dos jesuítas -nos engenhos brasileiros não era constante e sistemática, diferentemente do que ocorria nos aldeamentos indígenas, o que sinaliza para uma diferença nas práticas de cristianização entre ambos (SEVERO, 2019). A partir do século XVIII, os jesuítas que conheciam alguma língua africana, especialmente o quimbundo, e se encarregavam de evangelizar os "negros pagões" (MATTOSO, 2003, p. 112), se tornaram cada vez mais raros; além disso, os senhores permitiam a realização apenas da catequese, proibindo a instrução de escravizados negros, a exemplo do ensino de leitura e escrita (FRANZEN, 2003).…”
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“…O argumento reforça o papel da Igreja na manutenção de uma postura submissa, obediente e infantilizada por parte dos escravizados. Há, ainda, a atribuição de uma incapacidade linguística e cognitiva aos escravizados, reiterando a noção de língua como espelho do pensamento, fortemente presente na metafísica católica (SEVERO, 2019). Por outro lado, coube, muitas vezes, aos escravizados ladinos a socialização em língua portuguesa dos boçais (recém-chegados) e dos crioulos (filhos de escravizados nascidos no Brasil); além disso, os ladinos, pelo conhecimento que tinham da língua portuguesa, eram selecionados para o trabalho doméstico (CASTRO, 2022).…”
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