Linguagem e Práxis: Vico e a crítica à concepção cartesiana da linguagem.

Abstract

The present work intends to show how the rapports between language and práxis make up the core of Giambattista Vico's philosophical project. It is a complex project; and it is accomplished at different moments from a confront with the mentalist conception of language. Vico considers Descartes' method and the Port-Royal logicism, the so-called "linguistic Cartesianism", an extremely reductionist perspective that set aside the social and the expressive dimension of linguistic phenomena. The aims of the present work is to trace back the main moments of Vico's project (what shall be done through an analysis of Vico's first works), show how it appears in the Scienza Nuova, mainly in its last edition (1744); and shed light on the new perspectives of Vico's thought, compared to the philosophical tradition he wants to set himself at a distance; and, finally, point out the very place of the Italian philosopher in the linguistic studies. We uphold that the core of Vico's project consists in a new sort of rapport that the philosopher establishes between the linguistic developments, the modifications (modificazioni) of mind and of the human institutions. We shall see that the intelligibility of that process involves the creation of a new method or "new critical art" that, considering a conception of language which is more complex than the "linguistic Cartesianism", make the construction of human institutions clear, show how it develops itself and how it operates throughout the time.

Literatura integrando currículos

“…Descartes enfatiza que a língua usada para comunicar os pensamentos não é importante. Para ele, não é a exterioridade das palavras, o tom de uma língua específica, sua face expressiva ou retórica, mas sim a ordem ou adequação do pensamento que se espelha na ordem verdadeira das coisas (Filho, 2010).…”

“…Nesta perspectiva, o homem pensa sempre de forma independente da linguagem na sua dimensão concreta, e pensa os mesmos pensamentos válidos por todos, atribuindo ideias através de signos arbitrários quando quer comunicá-las. Vico percebe que isto não é tão simples, que cada comunidade linguística, que cada língua concreta, possui já uma maneira de disposição interna, uma maneira de operar que lhe dá especificidade e, o que é mais relevante, molda diversas mentalidades, posturas ou fisionomias linguísticas (Filho, 2010).…”

“…Vico não admite ver um único engenho operando na linguagem, já que isto seria aceitar a ideia de uma gramática geral; desta forma, cada língua possui sua especificidade e estilo, sendo mais leve ou mais pesada, mais ou menos expressivae tudo isso ocorre por causa da diversidade dos engenhos. Para ele, a mente humana é poética no sentido de que elabora e produz sua realidade particular através de uma atividade fantástica, expressando-se e formando-se em um primeiro momento a si mesma por meio de uma criação fantástica, corpulenta, impura, que faz o papel de espelho, um espelho convexo (Filho, 2010).…”