Introdução: O linfoma é uma neoplasia maligna originada de uma proliferação anormal de linfócitos que pode acometer gânglios linfáticos ou outros órgãos. Esta entidade representa cerca de 5% das doenças oncológicas e pode ser classificada em: linfoma Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O linfoma primário gastrointestinal é raro, representando de 10% a 20% dos casos de linfoma extranodal. Sua principal origem é nas células B, sendo o subtipo linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) a forma mais frequente. Os acometidos, normalmente, são do sexo masculino após os 55 anos.
Relato: Mulher, 57 anos, procurou atendimento médico após quadros de inapetência, dor e distensão abdominal, constipação, diarreia e vômito. Após avaliação, suspeitou-se de um quadro de abdome agudo e foi solicitada tomografia de abdome que identificou formação expansiva na alça ileal associado a suboclusão intestinal. A paciente foi submetida a uma laparotomia exploratória em que realizou-se enterectomia. A análise anatomopatológica e imuno-histoquímica identificou a lesão como LDGCB primário entérico. Após tratamento quimioterápico composto por seis ciclos de R-CHOP, foi possível a remissão da doença.
Discussão: Os cânceres primários do intestino delgado são raros, representando menos de 2% de todas as neoplasias gastrointestinais. A apresentação dos linfomas nesta região pode ser inespecífica. Por este motivo, os exames de imagem são importantes para o diagnóstico, porém, para a confirmação é necessário a análise histopatológica da lesão. O tratamento geralmente envolve quimioterapia e rituximab, além da ressecção cirúrgica do tumor, e o prognóstico depende do subtipo histológico, com piores resultados em linfomas de alto grau, como o LDGCB.
Conclusão: Linfoma primário entérico é uma condição incomum e agressiva, com sintomatologia inespecífica, por isso relatar entidades patológicas como esta é importante para informar os profissionais de saúde sobre a temática e contribuir para a difusão de conhecimento sobre o assunto.