Os projeteis de borracha são utilizados, geralmente por entidades policiais e de segurança privada, na busca de um melhor controle de manifestações, tumultos ou rebeliões. Consideradas armas menos letais que as armas de fogo, tais artifícios podem causar lesões corporais devastadoras, com consequências estéticas, funcionais e sociais inimagináveis ao alvo. A utilização deste instrumento deve seguir recomendações criteriosamente na busca de evitar e/ou minimizar danos. As lesões balísticas que acometem a região maxilofacial consistem em um desafio para o cirurgião Bucomaxilofacial, em virtude do seu alto grau de complexidade, devendo ser realizado a identificação anatômica dos tecidos danificados, o entendimento das limitações desse tipo de lesão, a preservação de tecidos esqueléticos e moles. Desta maneira a conscientização do potencial lesivo deste instrumento deve ser prioridade na busca de minimizar lesões advindas do mesmo. O objetivo deste artigo é relatar o caso clínico de fratura orbitária causada por projétil de borracha, bem como discutir o potencial de morbidade deste instrumento.