Introdução: A laringectomia parcial supratraqueal (LPST) é uma alternativa atual de intervenção cirúrgica, indicada para o tratamento de tumor laríngeo intermediário / avançado. Quando sua ressecção é mais ampla do que previsto, acrescentamos à nomenclatura o termo “extendida”. Sua reconstrução é feita por uma traqueohioidoepiglotopexia (THEP). As principais complicações conhecidas deste procedimento estão relacionadas à deglutição e respiração. Objetivo: Caracterizar a população selecionada e avaliar aspectos funcionais da deglutição na LPST extendida em reconstrução THEP. Método: Estudo observacional de corte transversal de pacientes de ambos os sexos com neoplasia de laringe submetidos à LPST extendida THEP de um hospital oncológico entre 1995 a 2017. Realizou-se estudo de prontuário, consulta ao sistema cirúrgico, videofluoroscopia da deglutição e aplicação da escala National Outcomes Measurement System da American Speech-Language Hearing Association (ASHA NOMS). Resultados: 10 homens, idade entre 52 e 83 anos (mediana 69), 80% tabagistas e etilistas ao diagnóstico; T2 [70%], T3 [30%]. Resultados da videofluoroscopia da deglutição: 100% de estase em base da língua, 80% em valécula, aritenóide(s) e recessos piriformes, 40% em esfíncter esofágico superior e 30% em parede posterior da faringe; 30% apresentou aspiração. Todos apresentaram alimentação e hidratação exclusiva por via oral. Conclusão: Indivíduos homens, majoritariamente idosos, etilistas e tabagistas com estadiamentos intermediários e avançados. Todos possuíam capacidade de nutrição e hidratação sem vias alternativas de alimentação. A função de deglutição foi satisfatoriamente restaurada com atendimento fonoaudiológico especializado em todos os momentos do tratamento. Os pacientes com mais de nove meses de cirurgia apresentaram melhores resultados funcionais.