“…À medida que acontece a reestruturação da rede de atores, é provocada uma redefinição de orientações culturais que formaliza a adoção da nova gestão das relações sociais (Lallemand, 2001;Klein, Fontan, Harrisson, & Lévesque, 2014) e redireciona o estabelecimento de novas formas de fazer as coisas, por meio do desenvolvimento de novos serviços, processos, produtos ou de novas formas de organização das relações sociais. Moulaert et al (2005) desenvolveram um modelo alternativo para inovação social no nível local, apresentando dimensões interdependentes para a discussão do seu significado, a saber: a) a dimensão conteúdo, que identifica a satisfação das necessidades humanas não satisfeitas ou porque "ainda não" ou porque "não mais" é percebida como importante pelo mercado ou pelo Estado; b) a dimensão processo, vinculada à alteração nas relações sociais, especialmente no que se diz respeito à governança, aumentando o nível de participação de todos, em especial, os grupos desfavorecidos da sociedade; e c) a dimensão empoderamento, que estuda o aumento da capacidade sóciopolítica e acesso aos recursos necessários, para reforçar os direitos para satisfação das necessidades e participação dos indivíduos.…”
Este ensaio teórico tem como objetivo analisar os papéis estratégicos da sociedade civil nas três dimensões fundamentais da inovação social identificadas por Moulaert et al. (2005): conteúdo, processo e, empoderamento. Aponta-se, assim, a relevância estratégica da atuação da sociedade civil no processo de desenvolvimento, implementação e difusão de inovações sociais. As discussões indicam que na dimensão conteúdo, o diagnóstico e idealização das soluções de suas próprias necessidades sociais é uma ação estratégica fundamental da sociedade civil. Desta forma, pode-se agir coletivamente e criar uma sinergia, bem como aumentar a capacidade cívica na medida em que age em conjunto em torno dos problemas das comunidades legitimando suas decisões a aumentando a capacidade produtiva por meio da aprendizagem, adaptação e geração de resultados visíveis. Na dimensão processo, há a necessidade de coordenar as diferentes partes que atuam no sistema com o propósito de construir e manter redes de relacionamentos e cooperação para seu funcionamento. A dimensão empoderamento ressalta o processo de formação e consolidação das identidades regionais, no qual a sociedade civil constata seu poder de cooperação, tornando-se um agente ativo na busca de soluções para as necessidades sociais locais, atuando de forma criativa sem esperar por uma mudança top-down e geral na política, na economia, ou nos ativos institucionais e de infra-estrutura do sistema. Conclui-se que, os fatores de sucesso na implementação de uma inovação social estão na cooperação entre atores e sua articulação para inovar; bem como na força para lidar com os obstáculos.
“…À medida que acontece a reestruturação da rede de atores, é provocada uma redefinição de orientações culturais que formaliza a adoção da nova gestão das relações sociais (Lallemand, 2001;Klein, Fontan, Harrisson, & Lévesque, 2014) e redireciona o estabelecimento de novas formas de fazer as coisas, por meio do desenvolvimento de novos serviços, processos, produtos ou de novas formas de organização das relações sociais. Moulaert et al (2005) desenvolveram um modelo alternativo para inovação social no nível local, apresentando dimensões interdependentes para a discussão do seu significado, a saber: a) a dimensão conteúdo, que identifica a satisfação das necessidades humanas não satisfeitas ou porque "ainda não" ou porque "não mais" é percebida como importante pelo mercado ou pelo Estado; b) a dimensão processo, vinculada à alteração nas relações sociais, especialmente no que se diz respeito à governança, aumentando o nível de participação de todos, em especial, os grupos desfavorecidos da sociedade; e c) a dimensão empoderamento, que estuda o aumento da capacidade sóciopolítica e acesso aos recursos necessários, para reforçar os direitos para satisfação das necessidades e participação dos indivíduos.…”
Este ensaio teórico tem como objetivo analisar os papéis estratégicos da sociedade civil nas três dimensões fundamentais da inovação social identificadas por Moulaert et al. (2005): conteúdo, processo e, empoderamento. Aponta-se, assim, a relevância estratégica da atuação da sociedade civil no processo de desenvolvimento, implementação e difusão de inovações sociais. As discussões indicam que na dimensão conteúdo, o diagnóstico e idealização das soluções de suas próprias necessidades sociais é uma ação estratégica fundamental da sociedade civil. Desta forma, pode-se agir coletivamente e criar uma sinergia, bem como aumentar a capacidade cívica na medida em que age em conjunto em torno dos problemas das comunidades legitimando suas decisões a aumentando a capacidade produtiva por meio da aprendizagem, adaptação e geração de resultados visíveis. Na dimensão processo, há a necessidade de coordenar as diferentes partes que atuam no sistema com o propósito de construir e manter redes de relacionamentos e cooperação para seu funcionamento. A dimensão empoderamento ressalta o processo de formação e consolidação das identidades regionais, no qual a sociedade civil constata seu poder de cooperação, tornando-se um agente ativo na busca de soluções para as necessidades sociais locais, atuando de forma criativa sem esperar por uma mudança top-down e geral na política, na economia, ou nos ativos institucionais e de infra-estrutura do sistema. Conclui-se que, os fatores de sucesso na implementação de uma inovação social estão na cooperação entre atores e sua articulação para inovar; bem como na força para lidar com os obstáculos.
“…According to Klein et al (2009), social innovation means creating better ways, actions and/or participatory policies that, at the initiative of citizens, enrich the process that seeks to solve a problem in order to protect the social integration of the area/territory. According to the authors, these are actions designated to create new social structures, i.e.…”
Section: Social Innovation and Territorial Developmentmentioning
confidence: 99%
“…Moulaert and Sekia (2003) and Bellemare and Klein (2011) note that there is a huge gap in the literature on the role of social innovation and the development of territory. Moreover, because it is a recent issue, social innovation presents a wide dimension of analysis (Klein et al, 2009). Social innovation presents definitions, theoretical perspectives and analysis tools that differ from one research area to another.…”
Social innovation policies have sparked extensive discussions on the future of European socio-economic development, despite there being very few studies that link them to the question of territorial development. This paper analyzes how social innovation initiatives encourage the development of policies capable of boosting territorial development. The case study, which is based on a qualitative analysis, describes the experience of the Bolsa de Terras (Land Exchange). The Land Exchange was created within the field of social economy in order to make use of abandoned land and was transformed into a national policy in Portugal. The research shows that initiatives of social economy are mechanisms able to generate more sustainable local support systems. They also show that the network structure, based on cooperation, appears to be a key mechanism in fostering social innovation policies.Key w o r d s : territorial development; social economy; social innovation; public policies.
Políticas de inovação social e desenvolvimento: o caso da Bolsa de TerrasPolíticas de inovação social têm dinamizado vastas discussões sobre o futuro do desenvolvimento socioeconômico europeu apesar dos poucos estudos que as relacionam com o desenvolvimento do território. Este artigo analisa como iniciativas de inovação social suscitam o desenvolvimento de políticas capazes de dinamizar o território. O estudo de caso, fundamentado por uma análise qualitativa, descreve a experiência da Bolsa de Terras que, tendo sido gerada no campo da economia social, com o objetivo de tornar úteis terras abandonadas, se transforma em uma política nacional portuguesa. Os resultados mostram as iniciativas de economia social como um motor econômico capaz de gerar sistemas de apoio local mais sustentáveis e identificam que a estrutura de rede, mediante a cooperação, aparece como o principal mecanismo na fomentação de políticas de inovação social.
“…Notre utilisation de l'approche de l'action collective est campée dans le contexte institutionnel du Québec où la concertation et le partenariat ont renouvelé le répertoire d'actions dans les milieux locaux urbains et ruraux à partir des années 1980 (Fontan, Klein et Tremblay, 2005;Klein et al, 2009). L'observation de divers cas d'action collective à l'échelle locale nous a permis NPS, vol.…”
Section: La Démocratisation Des Tic à L'échelle Locale : Le Cadre Théunclassified
Ce texte aborde le problème de la lutte contre l’exclusion numérique en lien avec la revitalisation des communautés locales dans le contexte de la nouvelle économie où les réseaux ont une place fondamentale. Nous savons que l’accès à l’information est devenu un facteur d’intensification des inégalités sociales et territoriales, mais sous le leadership des acteurs locaux et communautaires, il peut aussi devenir une base pour le renforcement des communautés et pour la lutte contre la pauvreté et l’exclusion. C’est ce que montre le cas du Carrefour d’éducation populaire de Pointe-Saint-Charles, à l’oeuvre dans l’un des quartiers les plus défavorisés de Montréal. Cet organisme renforce l’empowerment collectif en combinant la solidarité numérique aux autres actions collectives visant l’amélioration des conditions de vie des citoyens et la revitalisation de la communauté.
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