Este artigo propõe estudar a importância do tempo na obra de Michel Butor, mais especificamente L’emploi du temps (1957). Objetiva-se analisar, por um lado, como o tempo se constrói no romance, e, por outro lado, qual o seu papel no enredo. Na obra, o tempo é inerente à realidade, não só o do relógio ou da clepsidra, mas o interior; no romance, temos acesso às memórias do autor ficcional por meio da simultaneidade dos tempos. Em um primeiro momento, analisaremos como o tempo se constrói como um labirinto, para, em seguida, estudarmos como o protagonista tenta fugir dele. Nós percorreremos o romance à luz da teoria literária, tomando como principal interlocutor Paul Ricœur (1995; 1997), e dos textos teóricos de Butor, como Conversation sur les temps (2012) e Répertoire (1964; 1960).