A emoção musical depende de um número potencialmente infinito de variáveis (ancoragem cultural, história de vida pessoal, contexto de performance, estado psicológico do momento etc.) e certamente não se resume em explicação única. Esse tema de pesquisa, contudo, constitui um formidável campo para a compreensão do homem em suas dimensões psicológica e social. A música envolve processos internos, no corpo e no cérebro, que podemos chamar de emoções ou sentimentos, como bem observaram Damasio (1995) e, antes dele, Spinoza (1954.1 A música põe igualmente em marcha complexos processos sociais e, em muitas culturas, constitui um meio privilegiado para a expressão, a comunicação e a ritualização das emoções -desta vez entendidas como "artefatos culturais" (Geertz, 1973).