L'exemple dans quelques traditions grammaticales (formes, fonctionnement, types)

Abstract

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Definir e exemplificar: estratégias didáticas no Curso de Linguística Geral (1907)

“…Nossa problemática parte do reconhecimento de que uma das maneiras de perpetuar a presença de Saussure no cânone dos estudos linguísticos consiste em repetir metáforas e exemplos a ele creditados, como a célebre metáfora do jogo de xadrez para ilustrar o conceito de 'língua'. A partir de estudos historiográficos das funções semiótica e argumentativa de definições e de exemplos de língua (Rey, 1995; Quijada Van den Berghe e Swiggers, 2009;Chevillard et al, 2007), repartimos o material de análise (Saussure, 1996(Saussure, [1907) em três porções, a que chamamos 'domínios' (Caussat, 1978): Fonologia, Fonética e Analogia, temas do Curso I, para os quais estabelecemos três objetivos principais de pesquisa [1 a 3], e um objetivo secundário [4]: [1] levantar e caracterizar definições nos três domínios; [2] levantar e caracterizar os exemplos de língua nos três domínios; [3] correlacionar o uso de definições e de exemplos de língua nos três domínios; [4] correlacionar os dados apurados em [3] com com o contexto imediato de emergência do Curso I, ou seja, com o ensino da disciplina 'Linguística Geral' na Faculté de Lettres et Sciences Sociales, em Genebra, em 1907 . Nossas análises, que abarcaram 60 (sessenta) definições, apontam para a preferência de se construir uma definição pelo 'termo' (definitio nominis), e não pela 'coisa' (definitio rei), quando se trata de apresentar definições 'prioritárias' ao assunto.…”

“…La consideración del pronombre como parte de la oración autônoma ha sido, para la mayoría de los gramáticos hasta finales del siglo XVIII, uma "evidencia" ou um "dogma" [...] solo a partir de finales del siglo XVIII se pone en duda el estatuto autônomo y específico del pronombre -una interrogación que se inserta dentro de una revisión global del modelo gramaticográfico grecolatino [...] (Quijada Van den Berghe e Swiggers, 2009:287) No referido estudo, os dois pesquisadores se concentraram na incidência das definições (ou seja, no objeto e no conteúdo). Eles apontam, ainda a necessidade de combinar o estudo terminológico com a análise da organização e da argumentação de cada obra (Quijada Van den Berghe e Swiggers, 2009:266 (Chevillard et al, 2007), pela importância metodológica que toma nesta dissertação, e, com brevidade, outro artigo, de Lallot (2007).…”

“…Embora possamos conceber dois pólos, um para uma gramática cujo objetivo seja o de conter 'toda' a língua, como foi o caso das Institutiones de Prisciano, e outro pólo, que apresente uma gramática sem qualquer exemplo, apenas com metalinguagem, observa-se, na realidade, que todas as gramáticas apresentam exemplos. Assim, o artigo de abertura da revista, 'L'exemple dans quelques traditions grammaticales (formes, fonctionnement, types)' (Chevillard, Colombat, Fournier, Guillaume, Lallot, 2007) propõe uma abordagem tipológica da diversidade de formas com que o exemplo de língua se apresenta em cinco tradições gramaticais: árabe, francesa, grega, latina e tâmul.…”

“…Mais adiante, situamos nosso objeto de pesquisa entre a definição e o exemplo, unidades que entendemos, na presente dissertação, como estratégias didáticas. Adaptamos categorias historiográficas de análise provenientes da lexicografia francesa (Rey, 1995) e das gramaticografias espanhola (Quijada Van den Berghe e Swiggers, 2009) e francófona (Chevillard et al, 2007). No presente capítulo, converteremos, primeiramente, as seções anteriores em objetivos de pesquisa.…”

“…o uso das categorias de exemplo, também concebidas para o estudo de gramáticas (Chevillard et al,2007), nos permitiu, uma vez mais, encarar gramáticos (explicitamente normativos) e linguistas (não-normativos, em princípio) como indivíduos que exercem, no dizer de Rey(1995), sua competência 'exemplificante', ou seja, a habilidade de fabricar e de encontrar exemplos pertinentes (atestados, inventados, herdados) para as descrições a que se propõem. A categoria da representação, entretanto, se mostrou ambígua em casos como o da fonologia, em que os fonemas são apresentados em lista finita (representação por extensão) mas que, como unidades, pretendem representar 'todos' os sons da língua (representação por compreensão).…”