“…4 A noção de paradigma científico a que nos referimos se relaciona àquela desenvolvida por Thomas S. Kuhn (1989, p. 218), utilizada em sentido mais amplo para designar "toda a constelação de crenças, valores, técnicas etc., partilhadas pelos membros de uma comunidade determinada", correspondendo, em linhas gerais, ao conjunto global de incumbências reconhecidas pelo grupo ou comunidade que pratica a ciência organizada em certos moldes. Em que pese às críticas ao seu uso generalizado e à perda do original sentido, decorrentes de sua transferência para a esfera das Ciências Sociais (ASSIS, 1993), o questionamento proposto por Kuhn (1989) não teve sua importância reduzida enquanto síntese do conjunto de transformações a que o conhecimento científico está sujeito em seu contínuo movimento de (r)evolução. Assim, a despeito das fortes críticas que suas iniciais considerações sobre o tema suscitaram, a pertinência das ideias depreendidas do conceito mais amplo de paradigma teria levado o citado autor a propor o conceito de "matriz disciplinar", tendo em vista diferenciar esse 20 Nesse sentido, a ascensão do pensamento sistêmico -introduzido no campo da biologia e posteriormente enriquecido pela psicologia da Gestalt 5 -situa-se na mudança do paradigma mecanicista para o ecológico, a partir da década de 1920, ocorrida de forma não uniforme em diversos campos científicos, tendo por tensão básica a dicotomia entre as partes e o todo.…”