2014
DOI: 10.1590/0104-8333201400430299
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Kátia Tapety: ora mulher, ora travesti? Gênero, sexualidade e identidades em trânsito no Brasil

Abstract: Servindo-nos da trajetória de Kátia Tapety - a primeira travesti eleita a cargo político no Brasil - e baseando-nos nos estudos seminais de Peter Fry, esboçaremos algumas reflexões sobre as articulações transitivas dos sistemas de representações sobre a sexualidade no Brasil e as maneiras peculiares como sexualidade e gênero, enquanto poderosos marcadores sociais da diferença, se relacionam na base desses sistemas de representações.

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“…Em um primeiro momento, mais especificamente no início dos anos 2000, essa crítica impôs a problematização de experiências dissidentes justamente em cidades de pequena e média escala e contextos interioranos, até então, pouco visibilizadas em termos de produção de conhecimento. Buscou-se a partir de então, conhecer a complexidade de gramáticas locais em distintas experiências de cidade e de território, enaltecendo uma grande variedade de modos de vida, campos de significação, emergência de sujeitos sociais e suas práticas, estratégias, equipamentos e negociações ali agenciadas (FERREIRA, 2008;NASCIMENTO, 2018NASCIMENTO, , 2019PASSAMANI, 2018;GONTIJO & COSTA, 2012;GONTIJO, 2014;ERICK, 2019;TOTA, 2015;MARQUES, 2015;FERNANDES, 2019;LOPES, 2017;REIS, 2017;SCHWADE & PAIVA, 2014).…”
Section: Sexualities Localities and Displacements In Different Scalesunclassified
“…Em um primeiro momento, mais especificamente no início dos anos 2000, essa crítica impôs a problematização de experiências dissidentes justamente em cidades de pequena e média escala e contextos interioranos, até então, pouco visibilizadas em termos de produção de conhecimento. Buscou-se a partir de então, conhecer a complexidade de gramáticas locais em distintas experiências de cidade e de território, enaltecendo uma grande variedade de modos de vida, campos de significação, emergência de sujeitos sociais e suas práticas, estratégias, equipamentos e negociações ali agenciadas (FERREIRA, 2008;NASCIMENTO, 2018NASCIMENTO, , 2019PASSAMANI, 2018;GONTIJO & COSTA, 2012;GONTIJO, 2014;ERICK, 2019;TOTA, 2015;MARQUES, 2015;FERNANDES, 2019;LOPES, 2017;REIS, 2017;SCHWADE & PAIVA, 2014).…”
Section: Sexualities Localities and Displacements In Different Scalesunclassified
“…Porém, investidas como o Dossiê Temático "Diversidade Sexual e de Gênero em Áreas Rurais, Contextos Interioranos e/ou Situações Etnicamente Diferenciadas: Novos descentramentos em outras axialidades" 12 organizado por Lopes;Gontijo;Fernandes & Tota (2016), bem como, o trabalho pioneiro de Gontijo & Costa (2012:183) sobre a vivência da travesti Vanessa na Fazenda Santa Clara na região do semiárido piauiense, que argumenta: "as discursividades desenvolvimentistas e heteronormativas reproduzem a verdade não questionada de um "urbano" civilizador que deve se sobrepor a um "rural" a ser civilizado, mas a trajetória de Vanessa parece mostrar outra realidade"; assim como outras pesquisas realizadas com travestis de contextos interioranos e rurais do Nordeste, como as de Gontijo (2014), Silvana Nascimento (2014a;2014b), Verônica Guerra (2015) e Totta (2015). Estas empreitadas indicam a emergência de um campo teórico/epistemológico de discussões antropológicas sobre contextos diversos junto dos estudos de gênero e sexualidades e a germinação do que defendemos como desterritorialidade e descentralização da performance identitária travesti associada ao urbano.…”
Section: Ponto Urbe 26 | 2020unclassified
“…Ademais, não podemos deixar de ressaltar que a assumpção do movimento das themônias expressa um acirramento de disputas socioespaciais entre "periferias" e "centros", evidenciando dispositivos de conhecimento e ação balizados por situações de confronto direto a concepções que procuram criar imagens ou retóricas totalizantes e auto-representativas, principalmente porque a pletora polissêmica que reveste essas disputas materializa-se de modo espiralado em exercícios "periféricos" em regiões "centrais" e vice-versa, movimento intitulado por Reis (2016 e 2017) e Puccinelli e Reis ( 2020) de "periferização central" ou "centralização periférica", também compreendido por Raffestin (2013) como "situações de marginalidade" ou "de centralidade". Nesse sentido, principalmente pela proximidade entre as regiões Norte e Nordeste, figuras como Leona Assassina Vingativa (Rodrigues, Ferreira e Zamboni 2013), Elói Iglesias (Ribeiro 2014), Kátia Tapety (Gontijo 2014) e João do Crato (Marques 2016) são importantes referenciais para a compreensão das mobilidades e descentralizações referentes à relação entre arte, política e ativismo LGBTQIA+ no Brasil. 6 Composto majoritariamente por jovens gays e lésbicas inseridas/os no movimento artístico contemporâneo de Belém (das artes visuais, comunicação, dança e música, principalmente) e no bojo da popularização do reality show RuPaul's Drag Race, em 2009, o surgimento da Noite Suja serviu de plataforma artístico-política para performance e elaboração drag.…”
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