Jean-François de Pietro, Carole Fisher et Roxane Gagnon (dir.), L’oral aujourd’hui : perspectives didactiques

Abstract

Revue de linguistique et de didactique des langues 58 | 2018 L'enseignement et l'apprentissage de l'écrit académique à l'aide de corpus numériques Jean-François de Pietro, Carole Fisher et Roxane Gagnon (dir.), L'oral aujourd'hui : perspectives didactiques Namur, Presses universitaires de Namur, collection « Recherches en didactique du français », n o 9, 2017, 323 p.

Dispositivos Didáticos No Ensino E Na Aprendizagem De Gêneros Textuais E Da Leitura

“…Ele tem "[...] origem na prática de engenharia didática e serve para estabilizar essa prática ao explicitá-la e sistematizá-la." (De Pietro;Schneuwly, 2003, p. 27) Considerando os níveis de transposição de Chevallard (1991), o modelo didático se situa na transposição externa, onde ocorre a passagem (não linear) do saber científico (savoir savant) para o saber a ensinar (savoir à enseigner). Ele se encontra, assim, na "[...] base de todo processo transposicional [...]" (De Pietro;Schneuwly, 2003, p. 47), já que possibilita especificar as dimensões ensináveis do objeto de ensino, no caso, determinado gênero textual.…”

“…Esse processo, portanto, pode assegurar a legitimidade do modelo didático, [...] já que ela se apoia nas práticas sociais de referência e na literatura existente, e sua pertinência, já que ela igualmente leva em consideração tanto as práticas, em desenvolvimento, dos alunos, à medida que tornam visíveis os obstáculos, as resistências, quanto as práticas escolares, na medida em que definem restrições situacionais, mesmo éticas, que recaem sobre o gênero a ensinar. (De Pietro;Schneuwly, 2003, p. 39-40).…”

“…O modelo didático, como instrumento, constitui-se uma referência para a construção de SD, "[...] porque não se ensina o modelo enquanto tal, mas sim certos elementos selecionados por meio de tarefas e atividades [...]" (De Pietro;Schneuwly, 2003, p. 40). Com base nele, é possível construir sequências de ensinoaprendizagem conforme as capacidades de linguagem dos alunos e atividades diversas para um mesmo público.…”

“…O primeiro deles, como visto na subseção anterior, é a necessidade de elaboração do modelo didático, com vistas a tornar ensinável o gênero, "[...] na medida em que todo ensino, todo ato de ensino implica sempre em uma explicitação mínima dos elementos ensinados, uma escolha de determinadas dimensões em relação a outras não consideradas." (De Pietro;Schneuwly, 2003, p. 44). O segundo princípio é o da construção de módulos visando diferentes elementos necessários ao domínio do gênero-alvo.…”

“…"Cada um destes módulos [dos quais trataremos adiante] conduz à elaboração de uma metalinguagem que permite regular o comportamento do aluno e explicita os critérios de avaliação que serão utilizados pelo professor." (De Pietro;Schneuwly, 2003, p. 91). O terceiro princípio subjacente à SD baseiase numa abordagem que parte de uma atividade de linguagem complexa em uma situação de comunicação -atividade essa que pressupõe a preparação do conteúdo e da forma textual -para a decomposição dessa complexidade por meio de tarefas de análise, de observação, de reescrita, entre outros e, finalmente, um retorno à situação de comunicação para a mobilização, nessa situação, das dimensões de linguagem trabalhadas.…”